Luva-sonar para cegos tem projeto aberto

O projeto é totalmente aberto, baseando-se no bem-conhecido microcontrolador Arduino.

Próteses robóticas, dispositivos biomecatrônicos e aparelhos controlados pelo pensamento costumam reunir o que há de mais avançado na tecnologia.

Mas isso não significa que eles precisem necessariamente custar dezenas ou até centenas de milhares de reais.

Esta é a proposta de Steve Hoefer, que acaba de apresentar sua mais nova invenção: uma luva-sonar capaz de guiar pessoas cegas, eventualmente substituindo os caros cães-guia.

O projeto é totalmente aberto, baseando-se no bem-conhecido microcontrolador Arduino.

Segundo Hoefer, a luva-sonar pode ser construída pelo equivalente a US$65,00, e todos os componentes podem ser encontrados no comércio.

Sonar para deficientes visuais

A luva possui sensores ultrassônicos, que emitem ondas sônicas inaudíveis. Microfones especiais captam o reflexo dessas ondas e o microcontrolador calcula o tempo decorrido entre sua emissão e seu retorno.

O microcontrolador então usa essa informação para controlar pequenos servo-motores, que giram para variar a pressão exercida sobre as costas da mão.

A pressão é pequena quando os objetos estão muito longe, e vai aumentando conforme eles vão ficando mais próximos.

O inventor pretende testar outras opções técnicas, com sensores infravermelhos e laser.

O usuário usa essa pressão como um sentido de aproximação, podendo contornar os objetos, caminhando pelos ambientes de forma autônoma, sem necessidade de auxílio.

Segundo Hoefer, o equipamento tem um tempo de resposta muito pequeno, na faixa dos milissegundos, um alcance de 2 centímetros a 3,5 metros, e não exige treinamento: “Todos que a colocaram começaram a usá-la imediatamente,” garante ele.

Infravermelho e laser

“Este é o primeiro protótipo público. Ele não é perfeito, mas funciona, e pode ser melhorado. Por exemplo, ele pode ser facilmente construído com a metade do tamanho, e as baterias comuns podem ser substituídas por baterias recarregáveis com um método de recarga amigável para os deficientes visuais, seja sem fios ou por um plugue com conexão magnética,” disse o inventor.

Hoefer afirma que agora pretende desenvolver uma versão com sensores infravermelhos e filtros polarizadores. Uma versão high-tech poderia ser feita com lasers, segundo ele, com uma precisão muito maior, mas também a um custo muito mais elevado.

Uma outra possibilidade seria testar outros posicionamentos, uma vez que ficar com a mão sempre estendida não parece ser muito cômodo: eventualmente montar o dispositivo em um cinto ou em uma faixa peitoral possa dar melhores resultados.

O inventor disponibilizou instruções para quem quiser montar sua própria luva-sonar no endereço grathio.com – as instruções estão em inglês e são voltadas para pessoas com experiência em montagens eletrônicas.

Fonte: Inovação Tecnológica

1008jia2001