Baterias de Ar Líquido
Diante do crescimento de fontes de energia intermitentes, como a solar e a eólica, na matriz energética global, o papel das baterias cresce como parte considerável dos sistemas para a manutenção da constância e da frequência da geração. Assim, conforme ocorram picos de produção nos parques eólicos e nas centrais solares, será possível direcionar essa energia para que ela seja armazenada, ao invés de desperdiçada, em baterias de ar comprimido.
Apesar de ser um conceito novo, as baterias de ar líquido fazem uso de processos consolidados na ciência, como a pressurização e liquefação de gases associadas a troca de calor e a vazão gerada ao esvaziar uma cápsula de ar comprimido.
Teoricamente, um sistema de bombeamento será utilizado para captar o ar ao redor, retirar partículas sólidas e desumidificá-lo. Em seguida ocorre uma etapa de resfriamento do ar a -196 graus Celsius, o que causa uma redução de 700 vezes no volume do ar. Graças a baixa temperatura, o sistema não mantém uma alta pressão interna, mas sim uma pressão relativamente baixa. Bem, pode-se dizer que isso é uma forma bem simples de explicar alguns processos conjugados para criar as baterias de ar líquido.
Basicamente, essas baterias funcionam como um estoque de ar, o que é algo promissor na corrida para a expansão do armazenamento de energia limpa e renovável. Infelizmente, o processo possui apenas 25% de eficiência, o que é bem baixo quando comparado ao de uma bateria convencional de lítio-íon, que chega a 90% de eficiência.
Todo esse armazenado em alta pressão vai exercer um papel fundamental para manter o sistema rodando. Pois, assim que a demanda for maior do que a produção corriqueira, é possível realizar liberação de do líquido, que retorna para a forma a gasosa liberando quantidade razoável de energia. Ou nem tão razoável assim, pois será suficiente para girar as turbinas de um gerador auxiliar.
Atualmente, o projeto da maior bateria de ar líquido do mundo foi iniciado no Reino Unido e terá capacidade de 250 MWh, o suficiente para suprir a demanda de até 200 mil residências por cinco horas. A inauguração da bateria desenvolvida pela Highview Power está prevista para 2022. Ou seja, ao menos nos grandes centros de geração, existe a possibilidade de substituição das baterias de lítio-íon pelas de ar líquido.
Por Júlia Amin