Por que SSDs são mais rápidos que HDs?
Quais as diferenças dessas tecnologias que dominam o mercado de armazenamento de dados e porque você deve entendê-las
Para muitos que estão montando seu próprio computador, ou procurando comprar um notebook, as informações mais procuradas são um processador e uma placa de vídeo de qualidade.
É muito comum subestimar a importância de ter uma forma de armazenamento adequada, notando esse problema apenas quando o Windows demora a iniciar mais do que esperado para uma máquina nova, ou quando um jogo mais pesado não tem espaço para ser baixado.
Assim, é importante conhecer as tecnologias que realizam essas funções, suas origens, e suas principais características, boas ou ruins.
História dos armazenamentos de dados
Primeiramente, é importante saber a história do armazenamento de dados, e como máquinas do tamanho de um armário evoluíram para complexos circuitos que cabem na palma de nossas mãos.
Essa história, porém, é muito extensa, podendo voltar até ao século XIX – quando foi criada uma máquina para a apuração do censo americano de 1880, mas vamos nos contentar com as tecnologias direcionadas para o uso em computadores modernos.
A criação do HD: Disco Rígido
A forma mais difundida de armazenamento de dados ainda é o HD. Criado em 1956 pelos engenheiros da IBM, gigante do ramo de computação do século XX, o RAMAC foi a primeira forma de armazenamento cujos dados eram gravados em discos rígidos magnéticos, o que permitiu que essas informações fossem acessadas de forma aleatória, ou seja, sem ter que ler todos os dados até achar aquele desejada.
Isso foi uma revolução para a época, criando um salto na capacidade e na velocidade de acesso às informações, o que certamente contribuiu para o desenvolvimento dos computadores da época.
– Imagem de Reynold B. Johnson: O inventor do disco rígido
A evolução do HD
Com o tempo, os HDs se transformaram em algo alienígena em relação à sua forma primitiva.
Seu tamanho físico foi reduzido de um armário para o de uma barra de chocolate, sua capacidade de armazenamento foi de 5MB para 15TB, entre outras melhorias.
Outra empresa que contribuiu muito com essa evolução foi a Hitachi Storage Technologies, com o lançamento do primeiro HD de 1TB, que já apresenta a imagem do Disco Rígido que conhecemos tão bem.
– 2,5GB em 1980 vs. 1TB atualmente
Qualidades do HD
Hoje, os HDs são conhecidos por sua gigante capacidade de armazenamento e por terem uma vida útil, teoricamente, ilimitada. Entretanto, nem tudo são flores para os HDs…
O dispositivo tem vários aspectos intrínsecos do seu funcionamento que limitam sua melhoria, por exemplo, na velocidade de leitura e de gravação de informações.
Isso foi o necessário para o desenvolvimento do competidor que vem roubando o espaço dos HDs no mercado atual de armazenamento de dados.
- Vantagens:
- Tempo de vida ilimitado: o disco, em si, não perde sua usabilidade com o tempo, mas o resto do dispositivo pode necessitar uma substituição com o seu uso constante;
- Grande capacidade de armazenamento por R$: por ser uma tecnologia mais estabelecida, tem mais fornecedores no mercado, o que diminui seu preço.
- Desvantagens:
- Baixa velocidade de funcionamento: os discos podem rotacionar somente até uma velocidade permitida por suas cascas, diminuindo consideravelmente sua velocidade de leitura e gravação de dados;
- Alto consumo de energia: a rotação do disco necessita de uma grande quantidade de energia para ser feita, o que aumenta a conta de luz e a temperatura do computador;
- Ruídos: a rotação do disco é uma fonte de ruídos notável, ainda mais quando se tem mais de um HD instalado em sua máquina.
A criação do SSD: Unidade de Estado Sólido
Idealizado durante a década de 1980, foi lançado pela Toshiba a primeira alternativa de armazenamento aos HDs que continha um mecanismo baseado em memória Flash – esse que não deve ser confundido com memória RAM, onde as informações são perdidas uma vez que o dispositivo não tem mais alimentação.
A memória Flash se baseia numa série de transistores e células de carga em seu interior que permitem a gravação de informações pelo armazenamento de cargas elétricas nessas células.
– Modelo atual do SSD pela Toshiba: Inventora dos SSDs
A evolução do SSD
Assim como os HDs, os SSDs tiveram uma grande evolução até os dias atuais.
O mecanismo pode ser encontrado em até 3 formatos diferentes: um, um pouco maior, lembra o formato e organização de cabos dos HDs; os outros 2 são bem menores, permitindo sua conexão direta à placa mãe do computador e, assim, possibilitando uma maior velocidade de funcionamento.
Apesar de já ter várias mudanças à sua idealização original, essa tecnologia é relativamente moderna. Assim, podemos esperar por muitas outras evoluções pelos próximos anos.
– Os três formatos mais conhecidos de SSDs
Qualidades do SSD
Por sua altíssima velocidade de leitura e gravação de dados, o SSD é a forma de armazenamento predileta dos “gamers” e daqueles que trabalham com edição de vídeo.
Além disso apresenta um menor uso energético e é mais resistente à colisões físicas, fazendo-o ser o “upgrade” favorito dos donos de notebooks que estão insatisfeitos com a velocidade de sua máquina. Todavia, os SSDs também não são perfeitos…
Seu preço ainda é bem maior comparado aos HDs, assim como apresenta uma vida útil limitada, pois suas células possuem um número finito de trocas de carga até que parem de funcionar.
- Vantagens:
- Alta velocidade de funcionamento: apresenta uma velocidade em armazenar e fornecer informações até 15x maior pelo seu mecanismo se basear no movimento de cargas, que, internamente, tange a velocidade da luz;
- Baixo consumo e ruído: não apresenta componentes móveis em seu interior, assim, não apresenta ruído e gasta pouca energia;
- Maior resistência física: não apresenta mecanismos frágeis como o “braço mecânico” usado em HDs para leitura do disco, o que torna o SSD mais resistente.
- Desvantagens:
- Maior custo: é uma tecnologia relativamente nova, e com alta demanda no mercado por sua qualidade, o que aumenta consideravelmente seu preço por GB de armazenamento. É, em média, 4x mais caro que um HD de mesma capacidade;
- Tempo de vida limitada: pelas células de carga terem um número limitado de usos, os SSDs têm uma vida útil relativamente baixa comparada aos HDs. A maioria apresenta, em média, 5 anos de vida útil.
Conclusão
Dessa forma, é fácil notar que armazenamento de dados não é algo tão simples quanto parece, mas, que já é notável como os SSDs são uma das peças mais importantes de ter no seu computador atualmente.
Mas, se você ainda não se convenceu disso, veja este vídeo que compara as velocidades de um SSD e de um HD para ligar o Windows no mesmo computador:
Referências:
- Qual a diferença entre HD e SSD? – Tecnoblog
Texto por: Caio Sergio Pereira da Fonseca