IPT apresenta alternativas para o uso de bagaço e palha da cana
Combustíveis, químicos e energia
O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) apresentou nada menos do que quatro alternativas tecnológicas para o aproveitamento do bagaço e da palha da cana-de-açúcar, gerados no processo de produção do açúcar e do etanol.
O objetivo das diversas técnicas é produzir combustíveis líquidos e gasosos, produtos químicos e biopolímeros, além da energia elétrica.
“O Brasil precisa enfrentar esse desafio e escolher a melhor combinação de tecnologia”, afirma Ademar Ushima, pesquisador do IPT.
O IPT atua no desenvolvimento de novas tecnologias e na otimização das tecnologias existentes para a produção de etanol de primeira e segunda geração.
Especificamente o processo da gaseificação é estudado há mais de 20 anos, com pesquisas visando a produção de etanol e o desenvolvimento de processos de hidrólise enzimática do bagaço da cana-de-açúcar.
Alternativas tecnológicas para o bagaço e palha da cana
As alternativas tecnológicas apresentadas para o aproveitamento do bagaço – já utilizado pela indústria – e a palha – em fase inicial de aproveitamento – envolvem tecnologias convencionais, como a otimização energética e a geração de energia elétrica com rendimento em torno de 30%, e tecnologias de ponta, como a hidrólise enzimática e as rotas termoquímicas (gaseificação e pirólise).
Em cada tonelada de caule de cana estão contidos 150 kg de açúcares, 140 kg de bagaço seco, 70kg de palha seca no caule, 70kg de palha seca na ponteira e 710 kg de água.
O uso desses resíduos pode aumentar o aproveitamento energético das usinas, além de reduzir o consumo de água. O potencial energético do excedente de toda essa biomassa, somente no setor sucroalcooleiro, pode ser estimado em 24 bilhões de reais no ano de 2009, na forma de energia elétrica.
O IPT criou um projeto de construção de um Centro de Desenvolvimento da Gaseificação de Biomassa, que inclui competências do IPT, do Centro de Tecnologia Canavieira e do Centro de Tecnologia do Bioetanol.
O desafio é demonstrar a viabilidade técnica dessa tecnologia e baixar o custo do investimento, contando com suporte financeiro de órgãos de fomento, governamentais e empresas privadas.
Fonte: Inovação Tecnológica