Indústria brasileira paga 50% a mais por energia que média mundial

A diferença chega a 134% quando se compara o Brasil com os demais países dos Brics; para o setor, os altos encargos prejudicam a competitividade

“O maior impacto das altas tarifas é no preço final dos produtos, tanto no mercado interno quanto no mercado externo”, diz Cristiano Prado, gerente de Competitividade Industrial e Investimentos da Firjan. “Com isso, a indústria brasileira perde competitividade frente aos seus concorrentes internacionais”.

Recordista de encargos

Um componente que torna a modicidade tarifária uma re

alidade distante do setor são os 14 encargos, que respondem por 17% da tarifa final de energia elétrica da indústria, destaca o estudo. Só os tributos federais e estaduais PIS/COFINS e ICMS, respectivamente, representam em média 31,5% do preço das tarifas. “Sob qualquer ótica, o nosso custo de geração, que deveria ser baixo, pela vantagem de termos muitas hidrelétricas, ainda é bem superior a média de outros países”, critica Prado.

Alguns setores industriais, que fazem uso intenso de energia, sentem mais fundo o peso da quarta tarifa mais cara do mundo – o Brasil só perde para a República Tcheca, Turquia e Itália. É o caso do setor de alumínio, onde a energia representa mais de 50% dos custos de produção, da indústria de vidro (40%) e de aço (em torno de 20%).

Perda real

Como, de fato, o alto custo de energia industrial afeta a competitividade da indústria brasileira? Para responder a essa pergunta, o estudo simulou alguns cenários. No setor têxtil, por exemplo, uma confecção de roupas com cerca de 60 empregados e produção essencialmente diurna, que consuma aproximadamente 36,3 mil kWh/mês, possui uma conta de energia elétrica da ordem de R$ 15 mil/mês, contra um valor médio da ordem de R$ 7 mil/mês de uma confecção similar em países como China e Índia, integrantes dos Brics.

Fonte: Exame.com

1008jia2001