Hillary buscará apoio do Brasil para sanções contra Irã
WASHINGTON – O governo dos Estados Unidos intensifica a pressão sobre o Brasil para que passe a apoiar um novo pacote de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o Irã. O Departamento de Estado dos EUA informou hoje que a secretária de Estado Hillary Clinton e o principal diplomata de carreira para as Américas, William Burns, viajarão separadamente a Brasília nos próximos dias para tentar convencer o governo brasileiro da necessidade de se impor mais sanções ao Irã.
O Brasil ocupa, atualmente, uma cadeira no Conselho de Segurança (CS) da ONU, e o apoio do País é considerado importante para que os EUA sustentem a tese de que o Irã deve ser penalizado por se recusar a oferecer explicações mais detalhadas sobre seu programa nuclear. O Brasil é um dos dez membros rotativos do CS da ONU e tem se manifestado contra a imposição de mais sanções contra a república islâmica.
Os Estados Unidos e alguns de seus aliados suspeitam que o Irã desenvolva, em segredo, um programa nuclear bélico. O Irã sustenta que seu programa nuclear é civil e tem finalidades pacíficas, estando de acordo com as normas do Tratado de Não Proliferação Nuclear, do qual é signatário.
Irã não desistirá de programa nuclear, diz aiatolá
TEERÃ – O líder supremo do Irã, o Aiatolá Ali Khamenei, nega que o país esteja fabricando uma bomba atômica, mas reitera que não pretende desistir do programa nuclear. “A república Islâmica conseguiu várias conquistas no campo da tecnologia nuclear, apesar de todas essas pressões, e vai desenvolvê-las o tanto quanto necessário para que consiga autossuficiência neste campo científico e tecnológico”, afirmou.
Na opinião do líder religioso, a agência de vigilância nuclear das Nações Unidas, que começa a discutir hoje seu último relatório sobre a república islâmica, não possui independência. Clamando para que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deixe der ser “influenciada pelos Estados Unidos”, Khamenei afirmou, em discurso aos embaixadores do país no exterior, que algumas das recentes “medidas e relatórios da agência mostram sua falta de independência”.
A AIEA inicia hoje, em Viena, uma rodada de discussões sobre seu mais recente relatório, em que expressa preocupação com o programa nuclear de Teerã e afirma que a república islâmica pode estar atualmente trabalhando em um conflito nuclear. As informações são da Dow Jones.