Tecnologia acelerando sua viagem
Introdução
Com o avanço imparável da tecnologia, a necessidade do intermédio humano em diversos processos tem se tornado desnecessário. Visto essa tendência, tivemos, recentemente em Minas Gerais, a implementação do primeiro pedágio sem nenhuma forma de estação física. Aos olhos do público isso pode parecer uma falha de segurança e um sistema que pode ser facilmente explorado, mas isso é bem diferente da realidade.
Já em uso no Brasil desde março de 2023, a primeira adoção da tecnologia no estado será no trecho de Monte Sião da MG-459, por meio da parceria entre a EPR Sul de Minas (Especialista em gestão de rodovias) com a Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra). Vale destacar que nos primeiros meses, será usada de forma experimental.
Como isso vai funcionar?
A tecnologia por trás do pedágio sem cancela é o “Free Flow”. Trata-se de uma grande estrutura instalada sobre a estrada com dezenas de sensores ópticos capazes de fazer a identificação de placa, altura, largura, comprimento e quantidade de eixos rodantes e suspensos. Há, ainda, uma outra informação capaz de ser obtida com o apoio do Free Flow: a quilometragem rodada na via. Após obter essas informações, elas são armazenadas automaticamente no sistema da administradora e é feito o cálculo do valor da tarifa, obtendo, assim, um valor adequado e justo em relação ao impacto que cada automóvel e motorista causam na via.
É importante destacar que mesmo em situação de baixa visibilidade (com neblina ou à noite) ou até se o veículo passar em alta velocidade as leituras dos sensores são confiáveis e apresentam uma acurácia bem satisfatória. Isso também contribui para a integridade do sistema, uma vez que é difícil burlar a cobrança.
De maneira geral, esse sistema representa um passo à frente em relação aos sensores de velocidade já existentes. Além de possuírem maior integração computacional, são capazes de calcular e emitir as taxas correspondentes e são muito mais preciosos, tornando desnecessária a atuação de qualquer ser humano no processo.
O que preciso mudar no meu carro?
Mas ainda existem algumas perguntas que o motorista pode fazer: meu carro precisa ter alguma modificação para utilizar esse pedágio? Passei pelo Free Flow e fui cobrado, como eu consigo fazer o pagamento?
Primeiramente, não. O seu carro pode rodar nesse trecho da estrada do jeito que está hoje sem nenhum impedimento ou complicação, porém, é possível implementar uma TAG que automatiza o pagamento, já começando a resposta da segunda questão. Ela pode ser implementada por qualquer empresa especializada e recarregada como o chip do celular para efetuar o pagamento. Além disso, sua instalação pode representar descontos no valor cobrado.
Mas essa não é a única forma de pagamento. Após feita a cobrança, a taxa fica disponível por 15 dias para pagamento realizado no site ou no aplicativo da própria EPR Sul de Minas por meio de pix ou cartão.
Por último, será instalado um totem de autoatendimento na cidade de Ouro Fino e alguns em postos de abastecimento. Neles, o acerto também poderá ser feito por cartão ou pix.
Outras implementações
Essa tecnologia de transmissão de dados e cobrança remota pode parecer algo do futuro e realmente é. Porém, já existem alguns outros usos de tecnologias semelhantes que estão se tornando comum nos dias atuais:
Identificação em condomínio: Em diversas cidades, Juiz de Fora inclusive, a portaria dos condomínios já está sendo substituída por uma grande rede de sensores e inteligência capaz de identificar cada morador. Por meio de reconhecimento facial, é possível acessar todos os dados necessários daquele morador e registrar os horários de entrada e saída.
Para que um convidado não registrado queira ter seu acesso permitido é necessário a apresentação de um QR Code gerado pelo próprio sistema e disponibilizado para o morador compartilhar.
Mercados Autônomos: Uma outra aplicação que também é muito utilizada em condomínios, mas que já possui algumas implementações nos grandes centros urbanos. Trata-se de um supermercado sem a presença de nenhum atendente, onde toda a cobrança e pagamento é feito por meio dos sensores ópticos.
Para acessar a loja o consumidor deve baixar o aplicativo específico, pois é nele em que são registrados os itens pegos sem a necessidade de inserir nenhum dado, todos eles são captados e registrados pelas câmera, Ao fim da operação, o usuário deve conferir se a lista indicada no aplicativo é condizente com suas compras e realizar o pagamento da conta da maneira que preferir. Com a confirmação da transição, as portas são liberadas e os sensores identificam se todas as mercadorias que estão saindo foram pagas.
Essa tecnologia se mostrou tão eficiente que algumas lojas já estão disponibilizando caixas autônomos, onde o consumidor deposita os itens em uma cesta especial e toda a identificação e cobrança são feitas.
Impacto de tecnologias semelhantes
O avanço imparável da modernização pode ser assustador pela sua capacidade de tornar obsoletos setores da sociedade que pareciam ser essenciais, porém, ele vem representando um ganho muito grande em questão de simplificação e facilitação de diversas atividades do dia a dia.
Retornando ao assunto central desse texto, o sistema Free Flow permite uma fluidez imensa nas estradas, já que um grande causador de engarrafamento são as longas filas em pedágios. Ainda torna a cobrança mais condizente com o quanto cada veículo desgasta a estrada, bem como, menos suscetível à formas de evitar o pagamento.
Destaca-se que para o motorista representa uma redução no gasto de combustível e maior segurança, pois reduz a necessidade de manuseio de dinheiro, diminuindo a exposição a assaltos e roubos. Já para a concessionária a implementação do sistema representa uma grande redução de custos e uma maior eficiência no monitoramento e identificação dos veículos, o que contribui para mais segurança nas vias.
Porém, nem tudo são flores. É importante lembrar que essa tecnologia ainda está em fase de testes, dessa forma diversos problemas e formas de derrubar o sistema podem ser encontrados e invalidar todos seus benefícios. Outro problema relacionado a todas as tecnologias mencionadas é a necessidade de energia elétrica. Vários moradores desses condomínios já confessaram que ficaram trancados dentro de casa por horas, pois a falta de luz impediu a abertura do portão e a falta de um profissional atrasou a abertura manual. Por fim, o custo de implantação é alto, o que limita o acesso para a maioria das pessoas. A manutenção também é cara, podendo deixar o sistema fora de funcionamento por longos períodos.
Conclusão
Por fim, é inegável as vantagens da implementação desses e de outros sistemas autônomos e do investimento em estudos na área. Porém, não se descarta a necessidade de um maior esforço para para eliminar os problemas mencionados anteriormente
Portanto, é essencial que a sociedade se adapte e acolha essas mudanças, dado o enorme potencial desses sistemas para reduzir a burocracia e simplificar diversas atividades. Ao fazer isso, não apenas os resultados obtidos nos processos são significativamente aprimorados, mas a qualidade de vida como um todo também é elevada.