O interesse da China pelo metaverso

No último ano, uma nova tecnologia chamou atenção global pelo seu potencial de se tornar a “próxima geração de internet”. Estamos falando do metaverso, que mesmo ainda sendo um conceito incerto, já movimenta bilhões de dólares. O tópico também despertou o interesse de diversas cidades chinesas, que recentemente chegaram a incluir o metaverso como prioridade em seu planejamento. Mas afinal, o que elas estão buscando com isso? Do que exatamente se trata o metaverso? É o que discutiremos abaixo.

O metaverso 

Atualmente, ainda não existe uma definição clara do que a tecnologia realmente se trata. Em geral, a ideia está relacionada à uma experiência tridimensional da internet que combina o mundo real e virtual. Para desenvolver essa experiência, é empregado uma série de outras tecnologias, como:

  •  Realidade Virtual: através de softwares, cria ambientes tridimensionais que simulam a realidade;
  •  Realidade Aumentada: insere dados virtuais no mundo real, como no jogo Pokémon GO;
  • Blockchain, criptomoedas e NFTS: permitem movimentar valores e registrar propriedades virtuais.

Por essas características, o metaverso é considerado por muitos entusiastas como uma parte chave da web 3.0,  que seria uma internet mais imersiva, descentralizada e aberta.

Vale a pena lembrar que atualmente estamos na chamada web 2.0, marcada por ser um ambiente de interação mediado por redes sociais. Já a web 1.0 foi marcada por páginas estáticas e um contato inicial das pessoas com o ambiente online.

Os investimentos

Na corrida para garantir seu lugar, diversas companhias gigantes vêm investindo uma quantidade absurda de dinheiro no metaverso e se preparando para essa nova era. Foi o que presenciamos em Outubro de 2021, com o anúncio de Mark Zuckerberg que o Facebook passaria a se chamar Meta, dando início a nova fase da empresa. Na mesma tendência, tivemos a criação do Mesh for Teams da Microsoft, que permite grupos criarem seu próprio metaverso. Outras grandes empresas também estão investindo na área, como Google, Disney, Adidas, Nike e Budweiser

Do outro lado do mundo, também foi notável o interesse pelo assunto, tendo sido registradas mais de sete mil marcas relacionadas ao metaverso. Dentre as gigantes envolvidas, podemos destacar a ByteDance, empresa-mãe do TikTok, que gastou nove bilhões de yuans (aproximadamente sete bilhões de reais) na aquisição de de headsets de realidade virtual Pico. Além disso, tivemos o desenvolvimento da primeira plataforma chinesa do metaverso, Xi Rang, pela Baidu. Outras interessadas são Tencent, Xiaomi e Alibaba.

Seguindo a tendência, em Dezembro de 2021, no seu planejamento de cinco anos para a indústria tecnológica, Shanghai apresentou enorme interesse no metaverso. Diversas cidades seguiram o exemplo, como Wuhan, Hefei, Pequim, Hangzhou e Chengdu, além de províncias como Zhejiang.

Uma das maiores motivações dessas cidades está na digitalização do sistema financeiro, que integrará a economia real com diversas tecnologias digitais como blockchain, big data e computação em nuvem. Fora isso, elas também pretendem usar a tecnologia para serviços públicos, uso recreativo, desenvolvimento de jogos.

Contudo, esses investimentos não são bem vistos por todos. Recentemente, o jornal popular estatal People’s Daily alertou sobre os perigos dessa onda de entusiasmo, destacando o risco de lavagem de dinheiro, fraude e financiamento ilegal nos negócios envolvendo a tecnologia. Concluíram que devido ao metaverso ainda estar nos estágios iniciais, investidores deveriam esperar pelo seu desenvolvimento para evitar “se queimarem”.

Quer saber mais sobre o assunto? Visite: