Japão bate recorde e conquista a internet mais rápida do mundo
Em Julho desse ano, engenheiros do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação (NICT) do Japão estabeleceram um novo recorde mundial para velocidade de internet, alcançando uma taxa de transmissão de dados de 319 Terabits por segundo (Tb/s).
O recorde foi feito em um cabo de fibra óptica com mais de 3.000km de extensão e, de maneira geral, compatível com a infraestrutura dos cabos modernos. A velocidade alcançada é cerca de duas vezes mais rápida que a do recorde estabelecido em 2020 e sete vezes em relação ao de 2019, sendo suficiente para baixar cerca de 80.000 filmes em apenas um segundo.
A conquista utilizou uma infraestrutura de cabos já existente, mas com algumas modificações. Uma delas foi o uso de quatro núcleos ao invés de apenas um. Além disso, os sinais foram quebrados em diversos comprimentos de ondas enviados ao mesmo tempo, uma técnica conhecida por multiplexação de comprimento de onda (do inglês, WDM).
O sistema inicia com um pente de laser de 552 canais disparados em vários comprimentos de onda. Isso é passado por meio de modulação de polarização dupla, de modo que alguns comprimentos de onda vão antes dos outros, para gerar várias sequências de sinal , com cada uma sendo direcionada para um dos quatro núcleos dentro da fibra óptica. A partir desse sistema, os dados transmitidos se movem por 70km de fibra óptica até atingir os amplificadores ópticos para impulsionar o sinal para o resto do trajeto. Antes de prosseguir, o sinal passa por um processo chamado de amplificação Raman, onde passa dois novos tipos de amplificadores de fibra, um com túlio e outro com érbio.
Por fim, as sequências de sinal são enviadas para outro segmento de fibra óptica, onde todo o processo se repete, permitindo que os pesquisadores enviem dados por toda a longa distância de 3.001km.
Essa nova fibra ótica de quatro núcleos possui o mesmo diâmetro de uma fibra convencional de núcleo único, envolvendo o revestimento protetor em torno dela. Assim, integrar o novo método à infraestrutura existente será muito mais simples do que outras revisões tecnológicas dos sistemas de informação da sociedade. Isso é o maior destaque da nova conquista: não apenas teve uma velocidade duas vezes mais rápida que a do recorde anterior, mas também foi feito de uma forma que seja capaz de se integrar à infraestrutura moderna com mínimo esforço.
Fonte: Japan Has Shattered the Internet Speed Record at 319 Terabits per Second – Interesting Engineering
Para o recorde de 2020 veja, deste mesmo blog: Engenheiros britânicos e japoneses atingiram a internet mais rápida do mundo: 178 Tb/s