Clones de famosos vão ‘conversar’ com seguidores por meio de IA da Meta
- By: Acyr José
A Meta, dona de Instagram, WhatsApp e Facebook, quer aproximar influenciadores de seus seguidores. Para isso, a empresa está trabalhando em uma forma de criar algo como “clones” de pessoas famosas em suas plataformas.
Batizado de Creator AI, o recurso permitirá gerar versões virtuais de figuras públicas. A ideia é gerar respostas automatizadas com o estilo do criador de conteúdo para as mensagens enviadas por fãs.
Uma primeira versão, para interações em texto, começou a ser liberada em julho nos Estados Unidos. Mas um modelo mais avançado, que simula ligações de vídeo com influenciadores, chega no início de 2025 aos EUA.
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, disse que a Meta AI está a caminho de ser “o assistente de IA mais usado no mundo” até o final deste ano, provavelmente ajudado pelas mais de 3 bilhões de pessoas que usam os aplicativos da empresa todos os dias, embora não esteja claro como a empresa está medindo o uso do chatbot e com que frequência as pessoas interagem com a ferramenta.
A Meta, dona de Instagram, WhatsApp e Facebook, quer aproximar influenciadores de seus seguidores. Para isso, a empresa está trabalhando em uma forma de criar algo como “clones” de pessoas famosas em suas plataformas.
Batizado de Creator AI, o recurso permitirá gerar versões virtuais de figuras públicas. A ideia é gerar respostas automatizadas com o estilo do criador de conteúdo para as mensagens enviadas por fãs.
Uma primeira versão, para interações em texto, começou a ser liberada em julho nos Estados Unidos. Mas um modelo mais avançado, que simula ligações de vídeo com influenciadores, chega no início de 2025 aos EUA.
E ela é apenas das novas formas planejadas pela Meta para lidar com o conteúdo de influenciadores. A empresa também testa uma ferramenta que poderá dublar automaticamente áudios do Reels para outros idiomas. A tecnologia de IA da Meta também traduzirá e dublará automaticamente Reels em língua estrangeira (vídeos curtos da Meta) para os espectadores.
Então, se você fala português, mas um Reels criado originalmente em inglês, por exemplo, aparecer no seu feed, ele vai aparecer como se tivesse sido feito em português, com edições na boca do falante para fazer a dublagem parecer natural.
Como o Creator AI vai funcionar
Voltado para influenciadores, o Creator AI funciona dentro da AI Studio, plataforma da Meta que também servirá para criar personagens de IA que não são baseados em pessoas reais.
O AI Studio é baseado no Llama, modelo de inteligência artificial que a empresa adotou para o Meta AI, pacote liberado para WhatsApp, Instagram e Messenger – e que foi criticado pelas gafes.
Os personagens criados no AI Studio podem ser baseados no que os influenciadores publicam nas redes sociais da Meta, como as legendas de fotos do Instagram e as postagens no Threads. Os criadores ainda terão a opção de indicar os assuntos que suas versões em IA devem evitar.
“Com o AI Studio, os criadores do Instagram podem configurar uma IA como uma extensão de si mesmos capaz de responder rapidamente a perguntas comuns na DM e comentários nos stories”, disse a empresa.
A Meta diz ter políticas para manter os usuários em segurança e ajudar a garantir que as IAs são usadas de forma responsável. Por exemplo, as respostas geradas por inteligência artificial serão sinalizadas.
No caso do Meta AI, usuários perceberam erros com as mensagens que ele gera no WhatsApp. A inteligência artificial errou cálculos matemáticos simples e não foi capaz de apresentar pessoas ou memes famosos na internet.
Nos próximos anos, publicações, reels e textos gerados por IA tomarão conta do feed das redes sociais.
Os desafios éticos e de privacidade na era das interações virtuais
Apesar das inovações, o uso do Creator AI levanta preocupações éticas e sobre privacidade. A criação de “clones” virtuais de influenciadores traz o risco de manipulação de conteúdo, especialmente se as respostas automatizadas não forem devidamente identificadas como geradas por IA. Além disso, questões relacionadas ao consentimento e ao uso dos dados pessoais de figuras públicas e de seus seguidores permanecem em aberto. Como garantir que essas ferramentas não sejam usadas para espalhar desinformação ou criar versões alteradas de interações reais? Especialistas também questionam a segurança dos dados coletados para treinar essas IAs, principalmente em um contexto onde a Meta já enfrentou críticas por seu histórico de proteção de informações pessoais. A empresa afirma estar comprometida com políticas de uso responsável, mas desafios nesse campo continuam a crescer à medida que a tecnologia avança.
A introdução de ferramentas como o Creator AI exige uma adaptação tanto dos influenciadores quanto dos usuários comuns. Muitos podem se sentir desconfortáveis com a ideia de interagir com versões virtuais de pessoas famosas, enquanto outros podem valorizar a conveniência de respostas automatizadas mais personalizadas. Além disso, há o risco de que a distinção entre interações reais e automatizadas se torne confusa, o que pode gerar desconfiança. Nesse contexto, políticas regulatórias desempenham um papel crucial. Governos e órgãos reguladores podem exigir maior transparência das empresas, como a identificação clara de conteúdos gerados por IA e o consentimento explícito para o uso de dados. Também será essencial criar diretrizes que limitem o uso indevido dessas ferramentas, protegendo tanto a privacidade dos usuários quanto a integridade das figuras públicas envolvidas. O desafio será equilibrar a inovação tecnológica com a responsabilidade ética e social.
As iniciativas da Meta, como o Creator AI e outras ferramentas baseadas em inteligência artificial, apontam para um futuro onde as interações digitais se tornarão cada vez mais sofisticadas e automatizadas. No entanto, essa inovação vem acompanhada de desafios éticos, sociais e regulatórios que precisam ser enfrentados para garantir um equilíbrio entre avanços tecnológicos e responsabilidade. A forma como influenciadores, usuários e reguladores se adaptarem a essas mudanças definirá o impacto real dessas ferramentas na sociedade, seja na promoção de conexões mais personalizadas ou no surgimento de novos dilemas relacionados à privacidade e autenticidade. A promessa de um futuro mais interativo está à nossa frente, mas ele precisa ser construído com cuidado.