Coronavírus e a Importância da Pesquisa no Brasil
Com a pandemia do Coronavírus em todo o mundo e os primeiros casos diagnosticados no Brasil, pesquisadores de diversas universidades e instituições no país trabalham para ajudar a combater a Covid-19.
Diante do primeiro caso de coronavírus no país, durante o período de carnaval, uma equipe de pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz (IAL) e do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP) correram para sequenciar o genoma do vírus em tempo recorde. Enquanto outros países alcançam o resultado em aproximadamente 15 dias, os brasileiros conseguiram em apenas 48 horas.
Além disso, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), com material coletado dos dois primeiros pacientes brasileiros diagnosticados com a doença, conseguiram reproduzir seu código genético e cultivar em laboratório uma amostra do Sars-CoV-2, vírus que causa a doença Covid-19. Essa amostra, distribuída para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública pelo Ministério da Saúde, possibilita que todos os estados estejam aptos a realizar o diagnóstico. Anteriormente, as amostras de vírus utilizadas, vindas do exterior, custavam de R$ 12 mil a R$ 14 mil. Anunciaram também que estão desenvolvendo uma vacina trabalhando com partículas semelhantes ao vírus, impossibilitando a replicação por não conter seu material genético e, assim, tornando a vacina mais segura.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está desenvolvendo um novo teste de diagnóstico para a doença – com a vantagem de ser aplicável de forma massiva, visto que atualmente ele é feito por meio de um protocolo complexo. Também criaram um hotsite com o objetivo de divulgar informações de fontes confiáveis sobre a pandemia, evitando a propagação de fakenews.
Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de trabalharem na produção de um novo exame diagnóstico mais rápido e barato, criaram um grupo de trabalho interdisciplinar para ações de orientação, diagnóstico e tratamento de possíveis casos da doença. Na área de engenharia, trabalham no desenvolvimento de uma inteligência artificial para monitorar informações sobre o vírus, desde o fluxo de pessoas chegando de países com transmissão da doença até dados laboratoriais, como mortalidade, na tentativa de prever os lugares que o vírus chegará e, assim, tentar evitar que a doença se espalhe. Também na UFRJ, pesquisam sobre molécula que pode inibir a reprodução do novo coronavírus, trabalho já realizado anteriormente com o zika vírus e a chikungunya, importante para um possível desenvolvimento de um medicamento contra o Covid-19.
O centro de pesquisa da Universidade de Campinas (UNICAMP) desenvolveu um teste rápido do coronavírus, comparando a saliva do paciente com o material obtido em laboratório e com resultado em até 8 horas. Como próximo passo, começarão a testar antivirais que podem impedir o avanço do vírus.
Pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) – que já haviam sido pioneiros na descoberta do zika vírus – criaram um teste que detecta coronavírus em 3 horas, com equipamento capaz de verificar se o material genético da secreção respiratória contém o gene do coronavírus. Além disso, estudam possíveis mutações do vírus, sequenciando amostras para verificar se o vírus tem as mesmas características do exterior, passando por pessoas com genéticas e climas diferentes .
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Diante dos resultados encontrados pelas pesquisas nas universidades públicas do país, percebemos a importância do investimento em educação e ciência, muitas vezes deixados de lado pelo governo, mas que produzem resultados de extrema relevância para a sociedade.
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Por Juliana Hansen