Os impactos da poluição dos oceanos e o uso de robôs para coletar o lixo dos mares

Os impactos da poluição dos oceanos e o uso de robôs para coletar o lixo dos mares

A importância dos oceanos e os impactos do lixo marinho

O lixo marinho é um problema em escala mundial e é uma ameaça direta para o meio marinho. Os oceanos cobrem cerca de 70% da superfície terrestre, somam 97% da água do planeta e abrigam uma grande biodiversidade. São de extrema importância para a sobrevivência de todas as espécies no planeta, inclusive os seres humanos. Além de sua importância ecológica, econômica, sociocultural e política, regulam o clima, são fonte de alimentação e proporcionam lazer, transporte e renda.

Ainda assim, são utilizados como despejo. Materiais duradouros abandonados na costa ou no mar, atividades piscatórias, o transporte marítimo, o sistema de esgotos e as instalações offshore, como as plataformas petrolíferas, são atividades que impactam significativamente (e negativamente) na qualidade dos mares e da vida das espécies marinhas.

A produção em massa de plásticos vem crescendo exponencialmente até o atual nível de 280 milhões de toneladas anuais, gerando uma grande quantidade de embalagens descartáveis. Como o plástico não desaparece na natureza, acaba se acumulando no ambiente, inclusive nos oceanos.

Segundo estimativas, 80% dos detritos nos mares têm origem em atividades realizadas em terra. Mesmo quando depositado em terra, os rios, as inundações e o vento transportam o lixo para o mar.

De acordo com dados de pesquisas da ONU, há 13 mil pedaços de plástico em cada quilômetro quadrado do oceano e cerca de oito milhões de toneladas de lixo plástico são lançadas nos oceanos anualmente. Nesse ritmo, caso não sejam tomadas as devidas providências, até 2050 existirá mais plástico do que peixes nos mares e 99% das aves marinhas já terão ingerido algum tipo de plástico.

Os pedaços de plástico maiores, redes de pesca e linhas perdidas são uma ameaça para os animais marinhos, pois muitas espécies ficam presas nos detritos e não sobrevivem, já que não conseguem mais se alimentar e fugir de predadores.

Fonte: Sea Shepherd

Além disso, os animais marinhos confundem o lixo marinho com alimento, e essa ingestão afeta cardumes de peixes, bandos de aves marinhas e diversas outras espécies. Esses detritos afetam toda a cadeia alimentar, desde os animais pequenos que ingerem microplástico até o topo, incluindo os serem humanos, que também consomem animais marinhos. Dessa forma, a saúde humana também é exposta a riscos como consequência do lixo e dos produtos químicos e petrolíferos nos oceanos.

Robôs criados para limpar os oceanos

Diversos designs e projetos de robôs (ou drones aquáticos) já foram criados e testados ao redor do mundo. Trouxemos aqui alguns exemplos:

WasteShark

O WasteShark é um drone aquático utilizado para coletar lixo que foi criado em 2016 pela empresa holandesa RanMarine. Existe em versão com controle remoto e também em modelo autônomo. O dispositivo conta com uma bateria com autonomia de até 16h de funcionamento e suporta até 159,6kg de lixo. Também possui uma tecnologia de identificação de imagens, evitando assim colisões, além de separar produtos químicos do oceano, como metais pesados e óleo, detecta a profundidade e os contornos do fundo do mar e coleta dados sobre a qualidade do ar e da água.

Seabins

Fonte: Eco-Business

Os detritos flutuantes são sugados para um saco de coleta dentro do Seabin com a ajuda de uma bomba de água submersível. A água é, então, bombeada para fora do Seabin, deixando apenas os detritos presos na bolsa coletora para que o lixo seja posteriormente devidamente descartado.

Bio-Cleaner

Fonte: yankodesign.com

O Bio-Cleaner é um robô capaz de limpar áreas atingidas por vazamento de petróleo. O sistema consegue rastrear o fluxo de óleo a partir de biossensores. Também possui bactérias biodegradantes para degradar o petróleo na água e emite ondas sonoras de alta frequência para manter os animais longe da região contaminada.

Fonte: yankodesign.co
Fonte: yankodesign.com

Além destes, existem diversos outros modelos criados ao redor do mundo. Certamente, o problema da poluição dos oceanos deve ser trabalhado desde a sua raíz para ser evitado através de políticas públicas e conscientização da população. Porém, enquanto o lixo nos mares ainda é um problema, nada mais justo que usar a nossa tecnologia para melhorar a situação. Afinal, nossa existência depende dos oceanos e é preciso preservar e respeitar os nossos recursos naturais e a biodiversidade.

Por Juliana Hansen

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