Como funciona: Urna Eletrônica
No mês de Novembro de 2020 aconteceu, nos Estados Unidos, a eleição para o quadragésimo sexto presidente. A eleição foi feita através do correio e gerou grande tumulto pela demora levada para a contagem dos votos.
As urnas eletrônicas são máquinas utilizadas durante o período eleitoral no Brasil e em outros 35 países como Peru, Austrália, Canadá e Suíça, sendo o Brasil um dos primeiros a países a adquirir essa tecnologia na votação, em 1966 pelo Tribunal Superior Eleitoral. Essa máquina é utilizada apenas para as eleições, ou seja, ela não possui acesso à internet ou qualquer rede de computadores. Cada unidade opera de forma independente, o que impossibilita um ataque ao sistema.
Como toda máquina, a urna eletrônica tem um hardware e um software específico para seu funcionamento, evitando que possam existir fraudes nas eleições. E como eles funcionam?
Para aqueles que não estão familiarizados com o termo, Hardware é um termo técnico que está relacionado ao equipamento físico. No caso da urna eletrônica, essa já teve diversos hardwares diferentes desde sua criação, mas sua versão atual, utilizada no Brasil, é a de modelo UE2000, fabricado pela empresa brasileira FIC Brasil. Ela é composta pelo terminal de votação, quecontém o processador, memória RAM, visor LCD e interfaces USB, Serial, SmartCard, PS/2 e CompactFlash, e o terminal de atendimento, que vai é responsável por fazer a leitura biométrica e contémum teclado, através do qual o mesário ativa o modo de votação, ou seja, ele vai digitar o número do título do eleitor, para que essa pessoa apareça no sistema. Após o eleitor votar, a urna grava a informação de que aquele eleitor votou, mas grava os votos de forma aleatória. Dessa forma o sistema de embaralhamento impede que possam ser verificados em quais candidatos aquele eleitor votou.
Já o software está relacionado a manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado, ou seja, ele é o código do sistema. Na urna eletrônica mais recentemente utilizada no Brasil o software é composto por uma versão do sistema Linux, criada por uma empresa autorizada pelo TSE. 180 dias antes da eleição esse código é liberado para membros de partidos políticos com o objetivo de identificarem bugs ou falhas.Caso existam, são reportados ao Ministério Público para que, 20 dias antes das eleições, o código possa ser apresentado junto com seu manual. As hashes, algoritmo que mapeia dados de comprimento variável para dados de comprimento fixo, de todos os sistemas também são apresentadas aos membros e publicadas na internet, para verificação da assinatura digital dos arquivos.
Antes das eleições começarem, os dados da zona de onde ocorrerão as eleições são carregados para as urnas, com os dados dos futuros candidatos políticos. Esses dados são gravados criptografados em um cartão CompactFlash e extraídos no final do período eleitoral para um pendrive USB. Nesse pendrive ficam gravados um boletim da urna e o registro digital dos votos, bem como os dados daqueles que não foram votar, para que possa ser aplicada a multa, justificativa e o arquivo de log, expressão utilizada para descrever o processo de registro de eventos relevantes num sistema computacional.
E como sabemos que as urnas eletrônicas estão livres de fraudes? O TSE elaborou diversos métodos auditorias para garantir que nenhum voto seja fraudado, como o método de votação paralela. Também existem lacres e mecanismos de segurança que apontam quando há ou não violação dos votos. As hashes também são consideradas um sistema de segurança, sendo conferidas antes da contagem dos votos.
E se houver algum defeito na urna durante sua instalação? Existem aparelhos reservas que são destinados justamente para essa função. Esses são enviados para as sessões que tiverem suas urnas defeituosas.
A votação é um dever extremamente importante do cidadão! Lembrem-se de votar na próxima semana para prefeito e vereador da sua cidade.
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