Estudo alerta para degelo no solo do Ártico em até 30 anos

Um estudo realizado a partir de estalagmites antigas afirma que o “permafrost”, solo permanentemente congelado do Ártico, poderia começar a derreter a partir de uma elevação das temperaturas globais de 1,5°C, em comparação com níveis pré-industriais.

Esse solo,assim, pode começar a derreter entre 10 e 30 anos, liberado gases de efeito estufa na atmosfera e agravando o aquecimento global. Essa previsão foi calculada  pela equipe chefiada por Gideon Henderson, do Departamento de Ciências da Terra na Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, a partir dos dados de que a temperatura global média já aumentou 0,8º Celsius após a Revolução Industrial e se a tendência atual se mantiver, o limite poderá ser alcançando em até três décadas.

“É necessário fazer um esforço urgente para reduzir os gases de efeito estufa”, alertaram os cientistas, que realizaram o estudo sobre estalagmites e estalagmites encontradas em uma gruta perto de Lensk, no leste da Sibéria.

Estes espeleotemas se formam quando a água da superfície se infiltra no teto da gruta, onde a temperatura ambiente é a mesma da superfície. Por isso, são testemunhos preciosos de uma época em que a região não era congelada.

O estudo deve ser apresentado em 27 de junho, indicou a instituição em um comunicado.

O permafrost representa, em média, um quarto da superfície das terras no hemisfério norte. Em nível mundial, encerra 1,7 trilhão de toneladas de carbono, ou seja, cerca do dobro do CO2 já presente na atmosfera. Sendo asim, se esta matéria orgânica congelada derreter, ela liberará lentamente todo o carbono acumulado e “neutralizado” com o passar dos séculos.

Apesar do grau de periculosidade do fato, este excesso de devolução à atmosfera não foi até agora levado em conta nas projeções sobre o aquecimento global que são objeto de negociações em nível mundial.

A comunidade internacional se colocou como meta limitar o aquecimento a 2°C e conseguir alcançar um acordo global e ambicioso de limitação dos gases-estufa em 2015 durante a conferência climática da ONU prevista para ser celebrada em Paris.

De outra forma, as ações realizadas até o presente colocam o planeta numa trajetória de 3ºC a 5°C de elevação de temperatura.

 

FONTE: Terralogopet

1008jia2001