Brasileiros criam rede de sensores sem fios para monitorar Amazônia

010110131204-sensores_namitec

Protótipo de nó sensor desenvolvido pelos pesquisadores da Unicamp e UFAM para monitoramento ambiental.

Pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da UFAM (Universidade Federal do Amazonas) desenvolveram uma rede de sensores sem fios capaz de monitorar, em tempo real, a temperatura ambiente, a umidade relativa do ar e a pressão atmosférica.

Marcel Salvioni e Fabiano Fruett tiveram como foco o monitoramento da Floresta Amazônica, onde foram realizados vários testes com a tecnologia.

Salvioni explica que, embora o monitoramento da Amazônia já aconteça, ele é feito por sensores com fios, de difícil transporte e montagem. Além disso, os sistemas e equipamentos usados atualmente são importados e possuem custo elevado.

Já a rede de sensores sem fios permite criar um sistema de monitoramento de baixo custo, fácil instalação e capaz de disponibilizar as medidas dos sensores na internet, em tempo real.

O protótipo é composto por quatro nós sensores e um nó coordenador – enquanto os nós disponíveis no mercado chegam a custar US$446,00 cada um (cerca de R$1.800,00 com impostos), os protótipos desenvolvidos custaram aproximadamente R$400,00.

“Temos todo o controle de hardware e software do nó. Podemos abri-lo, melhorá-lo constantemente, incorporando novas funções,” disse o professor Fruett.

Além disso, aponta o pesquisador, os sensores desenvolvidos por eles possuem potencial de adaptação para os mais diversos fins, bastando apenas variar os sensores instalados em cada nó.

Já existem redes de sensores, por exemplo, projetadas para monitorar a irrigação e o comportamento de culturas agrícolas, além da integridade estrutural de aviões e até o funcionamento de fábricas.

Nacionalização

Lembrando os casos recentes de espionagem feita pelos EUA e Grã-Bretanha, o professor Fruett enfatiza a importância de se proteger não apenas os bens naturais do Brasil, mas também os dados ambientais coletados aqui.

“A gente acaba comprando estações meteorológicas importadas e será que elas garantem que os dados coletados estão servindo somente a nós?”, argumenta.

O objetivo da equipe é nacionalizar todos os componentes importados usados no protótipo com vistas à comercialização da rede de sensores.

Outra possibilidade, já em estudos pelo grupo do qual os pesquisadores fazem parte, é a criação de mecanismos de colheita de energia, que permitam que os nós e sensores captem a energia para seu funcionamento do próprio ambiente, dispensando as baterias.

Fonte: Inovação Tecnológica                                                                                                                                                               PET Elétrica