Especial – Gás Natural: fonte de energia alternativa
Gás natural é basicamente a mistura de hidrocarbonetos leves que à temperatura ambiente e pressão atmosférica permanecem no estado gasoso. O gás natural é mais leve que o ar, é inodoro, incolor e atóxico. É uma fonte de energia limpa, que pode ser usado nas indústrias, fazendo a substituição de outros combustíveis mais poluentes. As reservas de gás natural são muito grandes e os combustíveis possuem várias aplicações em nosso dia-a-dia, melhorando a qualidade de vida das pessoas.
No Brasil, o uso do gás natural é quase exclusivo em cocção de alimentos e aquecimento de água. Na indústria, ele é utilizado como combustível para fornecimento de calor, geração de eletricidade e de força motriz, como matéria-prima nos setores químico, petroquímico e de fertilizantes, e como redutor siderúrgico na fabricação de aço. Na área de transportes, é utilizado em ônibus e automóveis, substituindo o óleo diesel, a gasolina e o álcool.
A utilização do gás natural como insumo energético apresenta algumas vantagens ambientais se comparada com outras fontes fósseis (carvão mineral e derivados de petróleo) de energia. Entre eles pode-se citar: baixa presença de contaminantes; combustão mais limpa, que melhora a qualidade do ar, pois substitui formas de energias poluidoras como carvão, lenha e óleo combustível, contribuindo também para a redução do desmatamento; menor contribuição de emissões de CO por unidade de energia gerada (cerca de 20 a 23% menos do que o óleo combustível e 40 a 50% menos que os combustíveis sólidos como o carvão); maior facilidade de transporte e manuseio; não requer estocagem, eliminando os riscos do armazenamento de combustíveis; por ser mais leve do que o ar, o gás se dissipa rapidamente pela atmosfera em caso de vazamento; contribuição para a diminuição da poluição urbana quando usado em veículos automotivos, uma vez que reduz a emissão de óxido de enxofre, de fuligem e de materiais particulados, todos presentes no óleo diesel, etc.
Esta fonte de energia pode ser classificada em duas categorias: associado (GA) e não associado (GNA). O gás associado é aquele que, no reservatório, se encontra dissolvido no petróleo ou sob a forma de uma capa de gás. Neste caso, normalmente privilegia-se a produção inicial do óleo, utilizando-se o gás para manter a pressão do reservatório. O gás não associado é aquele que está livre do óleo e da água no reservatório; sua concentração é predominante na camada rochosa, permitindo a produção basicamente de gás natural.
Por ser um combustível fóssil, formado há milhões de anos, trata-se de uma energia não renovável. Porém, oferece menos riscos à natureza do que outros combustíveis mais tradicionais, como o petróleo e carvão mineral, uma vez que em principio é isento de enxofre e de cinzas, o que torna dispensáveis as custosas instalações que são exigidas nas térmicas a carvão e a óleo. Nesse sentido, mesmo apesar das vantagens relativas do gás natural, seu aproveitamento como combustível nas usinas termelétricas (UTEs), como qualquer outra intervenção humana, produz impactos indesejáveis ao meio ambiente, que merecem ser mencionados, entre os quais se destacam:
– o sistema de refrigeração e o consumo de água de UTEs a gás natural: nas centrais de geração termelétrica, os maiores volumes de água (que podem chegar a 90% do total usado na instalação) são utilizados no sistema de resfriamento, para a condensação do vapor de exaustão das turbinas, o que constitui um significativo fator de pressão sobre o meio ambiente, tendo-se em vista os volumes captados e as perdas por evaporação e cujo montante depende da tecnologia empregada.
– e as emissões atmosféricas: os principais poluentes atmosféricos emitidos pelas centrais termelétricas a gás natural são monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx) e, em menor escala, monóxido de carbono e alguns hidrocarbonetos de baixo peso molecular, inclusive metano, devido à combustão incompleta.
O Brasil, com sua imensa extensão territorial, é detentor de grandes reservas de Gás Natural. As pesquisas atuais demonstram os seguintes dados de reservas já descobertas:
- 185 trilhões de m³ estão distribuídos pelo globo terrestre sendo as maiores reservas situadas na Europa e países da Ex-URSS e no Oriente Médio;
- A América Latina possui 7 trilhões de m³ e deste total 364 bilhões de m³ estão distribuídos em reservas brasileiras;
- A Bahia possui 32 bilhões de m³, correspondendo a 63% das reservas do nordeste e 9% das reservas do Brasil;
- A participação do Gás Natural na Matriz Energética Brasileira de Gás Natural é de 9% e, dentro deste cenário, a Bahia representa 14,5%.
Quanto às perspectivas de abastecimento, até 2013 a oferta de gás natural no Brasil dependeu tanto dos níveis de produção nacional quanto das importações de gás natural boliviano e de GNL. No primeiro trimestre de 2013, cerca de 50% da oferta doméstica de gás natural dependeram das importações o que coloca uma importante questão.
Nesse contexto, faz-se necessário analisar as perspectivas futuras das diferentes fontes de suprimento de gás natural para o Brasil em termos de preço e segurança de fornecimento. Entre as potenciais fontes de oferta de gás para o Brasil têm-se as tradicionais importações da Bolívia, uma possível retomada das importações das Argentinas, as importações de GNL (gás natural veicular), o aumento da oferta offshore e as novas perspectivas de produção onshore.
O rápido crescimento da indústria de gás natural vivido nos últimos 15 anos esconde, contudo, a falta de um planejamento de longo prazo para o setor. É incontestável que as políticas públicas e a atuação da Petrobras desempenharam papel de destaque no desenvolvimento recente da indústria de gás brasileira. Entretanto, quando se analisa a condução das ações governamentais, percebe-se nitidamente que os interesses da indústria de gás natural encontram-se constantemente subordinados às diferentes necessidades do setor elétrico brasileiro
O gás natural é a opção mais barata de combustíveis para automotores, sendo essa uma de suas principais vantagens. Além disso, é bem menos poluente que os outros combustíveis fósseis. Para o motor, o GNV – gás natural veicular – faz com que o sistema de injeção esteja sempre limpo. Ademais, ele não contamina o óleo, retardando sua troca.
Como principal desvantagem, também encontramos uma rede de distribuição pouco eficiente. Há ainda poucos postos de combustível nas estradas ou mesmo nas cidades, o que faz o preço oscilar bastante. A redução do espaço do bagageiro para colocação do cilindro é outro problema.
A utilização de gás natural para geração eletricidade via usinas termelétricas, deve considerar o contexto em que se inserem essas usinas no Brasil. O sistema elétrico brasileiro é constituído de um parque gerador predominantemente hídrico, o que significa que sua operação está condicionada ao regime de chuvas. De uma forma geral, a usinas térmicas a gás, funcionam em regime de complementação à geração hidrelétrica, o que significa que o consumo de gás natural para termeletricidade depende, portanto, de várias condições.
Fontes: Ministério do Meio Amibente, Brasil Escola, Ecoeficiência, Infopetro, Blog Turning Parts, Bahiagás