A história dos efeitos especiais no cinema
Efeito especial é um termo bastante comum atualmente e sempre é relacionado às novas tecnologias presentes nos filmes mais recentes, porém sua história na sétima arte tem mais de cem anos de idade e durante todo esse período novas tecnologias foram criadas, outras foram aprimoradas, para ter se alcançado as incríveis tecnologias que existem hoje.
1895: O início de tudo
Os efeitos especiais nasceram em 1895, com uma pequena produção de apenas 18 segundos chamada “The Execution Of Mary Stuart”. Importante salientar que este filme era reproduzido em um pequeno dispositivo individual, por tanto não era reproduzido para um número grande de pessoas como é o cinema de hoje em dia. Essa película, produzida por ninguém menos que Thomas Edison, mostra a execução da rainha Maria da Escócia. Embora considerado um efeito muito simples (apenas um corte para substituir a atriz por um boneco), na época, em 1895, assustou muito quem assistiu.
George Mèlies e a sua viagem para a lua
Após as primeiras e simples aparições dos efeitos especiais nos filmes, a prática foi fortalecida e revolucionada por George Mèlies. Esse rapaz francês foi responsável por dirigir um dos mais importantes e memoráveis filmes do século XIX, o clássico chamado “Viagem à Lua” de 1902. Nessa obra, Mèlies utilizou praticamente todos os efeitos conhecidos na época, como stop motion, animações, miniaturas, truques de câmera e de iluminação.
Eugen Schufftan e seu efeito revolucionário
Outro importante nome na história dos efeitos especiais foi Eugen Schufftan. O cineasta alemão desenvolveu um efeito especial que possibilitou criar cenas e cenários que mudaram a forma de ver os filmes da época, conhecido como Schufftan Effect. Por meio de fenômenos de reflexão e refração, pequenos objetos eram incorporados em uma cena como forma de compor o cenário atrás do primeiro plano da película. Esse funcionamento pode ser observado na imagem abaixo.
Metrópolis (1927) – o filme muito à frente do seu tempo
Foi em 1927 que a coisa realmente ficou séria. “Metrópolis”, um filme que misturava críticas sociais com elementos futurísticos, abordando o domínio dos robôs sobre os humanos, apresentou não só um enredo extremamente atual e visionário do ponto de vista das tecnologias que existiam naquela época, também foi responsável por marcar o mundo dos efeitos especiais. O Schufftan Effect foi fundamental para a produção de Metrópolis. Praticamente todos os cenários mostrados ao longo da película foram produzidos a partir desse efeito e, embora tendo quase 100 anos, o filme é até hoje uma referência em efeitos especiais.
Os efeitos especiais foram levados para o espaço
Em 1977 um clássico de George Lucas foi lançado, “Star Wars – Uma Nova Esperança”, não sendo apenas excelente filme com uma história maravilhosa, mas também precursor da técnica de CGI (Computer-generated imagery) que temos hoje, processo de geração de imagens a partir de computação gráfica. George Lucas, para criar os efeitos de seu filme, abriu sua própria empresa de efeitos especiais chamada Industrial Light and Magic, várias vezes vencedora do Oscar de melhores efeitos visuais. Na película de 1977, Lucas misturou os efeitos gerados por computador com diversos efeitos práticos (aqueles onde os elementos criados são de fato construídos e estão fisicamente presentes no set de gravação) para criar uma visão memorável do espaço sideral.
Mas e hoje em dia?
A maioria das produções cinematográficas de hoje em dia utilizam CGI e outras tecnologias como o Chroma Key (a famosa tela verde) para criar seus efeitos visuais. Isso ocorre pois é muito mais barato e fácil gerar esses efeitos em pós produção. Porém muitas das vezes vemos filmes com excesso de CGI e fundo verde, algo gera uma sensação de artificialidade, o que faz com que o grande público ainda prefira efeitos práticos, como aqueles vistos na maioria das cenas de Jurassic Park de 1993, em que os dinossauros foram de fato construídos fisicamente por meio de sistemas mecânicos controlados por joysticks. O fato é que a indústria de efeitos especiais tem evoluído e ainda pode avançar muito aliada com as novas tecnologias que vêm surgindo no mercado.
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Por Vinícius Teixeira