Pelo segundo mês, risco de faltar energia no país é zero, diz governo
Estimativa foi divulgada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico. Sobra estrutural para atender a carga prevista é de 9.359 MW médios.
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) informou nesta quinta-feira (8) que o risco de faltar energia é igual a zero no país. Trata-se do segundo mês consecutivo este ano em que o índice ocupa esta marca.
Em fevereiro, o índice de risco chegou a 7,3%. O nível máximo tolerado pelo governo é de 5%.
De acordo com nota divulgada pelo comitê, após reunião mensal, “o sistema elétrico apresenta-se estruturalmente equilibrado, devido à capacidade de geração e transmissão instalada no país, que continua sendo ampliada com a entrada em operação de usinas, linhas e subestações, considerando-se tanto o critério probabilístico (riscos anuais de déficit), como as análises com as séries históricas de vazões, para o atendimento da carga prevista para 2015”.
No documento, o CMSE podera que, embora as bacias hidrográficas onde estão localizados os principais reservatórios das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste tenham enfrentado situação climática desfavorável, “o Sistema Interligado Nacional – SIN – dispõe das condições estruturais para o abastecimento do país”.
Conforme o comitê, no mês de setembro, predominaram chuvas acima da média nas principais bacias hidrográficas do SIN, com exceção da bacia do rio Tocantins.
“Considerando o risco de déficit de 5%, conforme critério estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Energética – CNPE, há sobra estrutural de cerca de 9.359 MW médios para atender a carga prevista, valor esse atualizado com as datas de entrada em operação das usinas para os próximos meses e a projeção de demanda”, completa a nota.
Falta de chuvas
Devido à falta de chuvas, o país vinha mantendo ligadas, desde o final de 2012, todas as usinas termelétricas disponíveis, a fim de poupar água das hidrelétricas. Como essa energia é mais cara, a medida contribuiu para a elevação do valor das contas de luz.
Em agosto, devido à melhora do cenário, o CMSE determinou o desligamento de 21 térmicas de maior custo, o que deve gerar uma economia mensal nas operações da ordem de R$ 5,5 bilhões. A mudança foi resultado da melhora do regime de chuvas e da redução do consumo de energia, devido à desaceleração econômica.
Também ajudou a aumentar os custos no setor elétrico nos últimos meses o plano anunciado pelo governo no final de 2012 e que levou à redução das contas de luz em 20%. Para chegar a esse resultado, o governo antecipou a renovação das concessões de geradoras (usinas hidrelétricas) e transmissoras de energia que, por conta disso, precisaram receber indenização por investimentos feitos e que não haviam sido totalmente pagos. Essas indenizações ainda estão sendo pagas, e o custo tem sido repassado ao consumidor final por meio da elevação das tarifas.
Fonte: G1