Ministro quer programa de energia solar em hospitais e universidades
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, anunciou que deverá ser lançado, com o apoio do BNDES, um programa de implantação de energia solar em hospitais, universidades federais e escolas técnicas. Ele disse que a implantação deverá ser de forma eficiente e moderna e cujos frutos serão exportar o modelo e gerar capacitação de profissionais no setor.
“Estamos avançando com o BNDES para lançar um programa que estabelecerá um novo paradigma”, disse.
O ministro defendeu ainda a implantação de sistema de lâmpadas LED, mais eficientes e econômicas, para alcançar a eficiência energética no Brasil.
Braga defendeu a eficiência energética por meio de energias mais limpas e sustentáveis durante evento em São Paulo, que reuniu organizações que representam o setor empresarial para discutir as mudanças climáticas e as implicações e oportunidades diante da nova INDC brasileira, que traz as medidas a serem tomadas para reduzir e remover as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE). A meta anunciada pela presidente Dilma Rousseff em setembro é reduzir em 37% as emissões de gases causadores do efeito estufa entre 2005 e 2025 e em 43% até 2030.
“Eu acho que o Brasil tem muitas oportunidades diante desses desafios, porque tem as características naturais adequadas.Nosso tamanho do ponto de vista do mercado, seja por energias renováveis, e o setor elétrico é muito grande na América do Sul”, afirmou.
De acordo com o ministro, o país deu provas de ser robusto no setor elétrico, com segurança energética, “mas [manter o setor elétrico] é caro, e nós precisamos vencer o desafio da energia elétrica no Brasil”.
Troca de térmicas por fontes limpas
Eduardo Braga reconheceu limitações nas áreas de regulação, transmissão, distribuição, licenciamento, financiamento e distribuições de baixa tensão que precisam ser modernizadas.
Segundo ele, foram contratados 15 mil megawatts de térmicas de combustíveis e óleo diesel, de baixo rendimento, desde o começo dos anos 2000, época do racionamento de energia, e defendeu a “descontratação” desses 15 mil megawatts e substitui-los por energia moderna e limpa para deixar o sistema elétrico brasileiro competitivo nos padrões internacionais.
“O Brasil não pode ficar carregando energia que é cara, que é ineficiente do ponto de vista ambiental, que polui, e deixar de contratar energias novas, limpas e modernas. Nós temos que estudar com clareza como vamos fazer as substituições dessa energia e descontratá-las quando for possível e da forma que for legal e segura de fazê-lo”, disse.
“Nós não podemos abrir mão de térmicas de base para a segurança energética, só que as térmicas de base que nós queremos são eficientes, modernas e baseadas em gás natural e combustíveis que sejam mais amigáveis do ponto de vista ambiental e do ponto de vista do custo de geração”, acrescentou.
Potencial do setor eólico
Braga disse ainda que há grande potencial no setor eólico. “Em 5 anos o Brasil saiu de quase zero para 15% de sua matriz energética de capacidade instalada, e entre 2015 e 2018 sairá de 8 mil para 16 mil megawatts”, afirmou.
Em relação à energia solar, o ministro citou que 42 distribuidoras começaram a ser chamadas para terem contratos prorrogados por mais 30 anos com metas obrigatórias para investimento na energia de baixa distribuição.
Uma carta será apresentada ao final do evento, com propostas de ações para economia sustentável e o comprometimento do setor empresarial com as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa.
Fonte: G1