Crise hídrica e aumento das tarifas de energia

O consumo de energia elétrica está estreitamente ligada ao desenvolvimento econômico-social de um país, pois para o crescimento de centros de pesquisas e tecnologias, setores industriais e até mesmo melhorias nas condições de vida é necessário o consumo de energia.  

Recentemente no Brasil um dos assuntos mais noticiados tem sido sobre a possibilidade  de racionamento de energia, o cenário de crise hídrica, o aumento das taxas tarifárias e o reflexo na economia. O aumento das tarifas foi considerado o de maior expressividade da inflação oficial do país para o mês de maio.

De acordo com Operador Nacional do Sistema (ONS), o Brasil enfrenta a pior estiagem dos últimos 91 anos, o impacto desse cenário nas tarifas de energia está ligado à matriz elétrica brasileira, que é em sua maioria hidráulica, cerca de 64,9%. 

O aumento das tarifas decorre, justamente, da necessidade de compensar a energia não despachada por hidrelétricas utilizando usinas termelétricas, em que o custo de geração fica muito mais alto e esse preço é repassado ao consumidor.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o acréscimo do acionamento de usinas termelétricas além do previsto para 2021 vai custar R$ 9 bilhões aos consumidores. Para compensar esse gasto, foi adotada a bandeira vermelha patamar 2, nível máximo de cobrança extra aos consumidores.

 Aproveitando para entender mais sobre as bandeiras.

Quando a geração de energia está favorável, com reservatórios cheios, a bandeira tarifária é verde, ou seja, é quando não há reajustes na tarifa de energia. A medida que os reservatórios das hidrelétricas vão diminuindo a bandeira tarifária vai de verde para amarela, depois vermelha no patamar 1 e por fim, vermelha no patamar 2.

Em números temos:

  • Bandeira verde: não gera cobrança extra no consumo de energia.
  • Bandeira amarela: gera tarifa extra de R$ 1,343 para cada 100 kWh consumidos no mês.
  • Bandeira vermelha, patamar 1: a cobrança extra é de R$ 4,169 a cada 100 kWh.
  • Bandeira vermelha, patamar 2: adicional sobe para R$ 6,243 na conta para cada 100 kWh.

A perspectiva futura não é das melhores, pois os próximos meses são de estiagem. A expectativa, portanto, é que o nível dos reservatórios deve baixar ainda mais. Com essa condição em vista, não há previsão de desligamento das termelétricas nem de adoção de níveis mais brandos das bandeiras tarifárias.

O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, afirmou que a agência prepara mudanças que vão encarecer ainda mais a conta de luz. O valor da bandeira vermelha patamar 2 está sendo discutido e deve ser aumentado em cerca de 20%, passando dos R$ 7.

E nesse cenário de tarifas altíssimas, o investimento em placas solares tornou-se ainda mais favorável, muitos consumidores já buscam essa tecnologia como alternativa, e o mercado de energia solar crescente, dada como uma possível solução econômica e com tempo de retorno de investimento reduzido.

Por último porém não menos importante, recentemente devido aos cortes de investimentos na área de educação e tecnologia o supercomputador Tupã, instalado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de Cachoeira Paulista, considerado um poderoso equipamentos dedicado à previsão de tempo e de clima sazonal e utilizado pela ONS, foi cogitado ser desligado por falta de verbas para sua manutenção.

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Por: Luísa Barbosa