“O uso de butanol como biocombustível tem vantagens porque é um álcool mais pesado e menos volátil. O que permite reduzir os problemas das emissões, de volatilidade que podem ocorrer nas estações de serviço ou industriais”, afirmou a pesquisadora espanhola do Centro Nacional das Energias Renováveis, na Espanha.
Do ponto de vista mecânico, químico e molecular, a transformação da matéria-prima em butanol é um processo complexo. Os cientistas têm de testar centenas de variações possíveis para chegar à melhor solução.
“Moemos a palha para obter pequenas partículas. Depois aquecemos elas a 175°C durante cinco minutos com um pouco de ácido. Isto gera um substrato que é ótimo para as enzimas, para reduzir essas longas cadeias químicas em moléculas chamadas monómeros. Depois adicionamos micro-organismos que se alimentam dessas moléculas e transformam-nas em butanol de forma ótima”, explicou a bióloga espanhola Irantzu Alegría.
“O maior desafio foi trabalhar com as matérias-primas fornecidas pelo projeto. Porque essas matérias-primas têm químicos inibidores que podem estressar as bactérias durante a fermentação. Por isso desenvolvemos estirpes de bactérias que toleram melhor esses químicos”, explicou a bióloga molecular Holly Smith, do Laboratório britânico Green Biologics.
Assim como no caso dos carros elétricos, o desafio é diminuir os custos de produção do butanol para torná-lo atrativo para o consumidor.
“A tecnologia existe. A questão é reduzir os custos de produção. Serão provavelmente precisos cinco a dez anos para iniciar a comercialização e depois é preciso que haja vontade de fazer legislação e isso não acontecerá enquanto não houver uma pressão comercial”, afirmou Edward Timothy Davies, engenheiro bioquímico, no Laboratório Green Biologics e coordenador do projeto europeu Butanext.
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Fonte: EngenhariaÉ