Chuva fraca nas represas não impede nova queda no nível do Cantareira
Precipitação foi de 4 milímetros na região dos reservatórios.
Outros cinco sistemas da Sabesp também tiveram queda no nível.
A chuva fraca que atingiu as represas do Cantareira na quarta-feira (12) não impediu que o nível do sistema voltasse a cair. Nesta quinta-feira (13), a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) registrou índice de 10,8% após chuva de 4 milímetros, 0,2 ponto percentual a menos que a medição do dia anterior.
Até agora, já choveu no Cantareira em novembro 65,6 milímetros. Apesar disso, as represas continuam secando. Isto acontece porque parte da água evapora por causa do forte calor ou vai para a vegetação antes de chegar ao sistema.
Outros sistemas
No Alto Tietê, que também sofre com a grave estiagem, o índice recuou de 7,8% para 7,6%, queda de 0,2 ponto percentual.
No Guarapiranga, a queda foi de 0,4 ponto. O sistema segue caindo e foi de 35,7% para 35,3% após dia sem chuvas.
No Alto Cotia, o nível passou de 30% para 29,7% e, no Rio Grande, regrediu de 66,3% para 65,9%.
O sistema Rio Claro também teve queda. O nível foi de 36,9 para 36,2, baixa de 0,7 ponto percentual.
Segunda cota
O secretário estadual de Recursos Hídricos, Mauro Arce, disse na quarta que a segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira começará a ser utilizada até a semana que vem. Ele foi ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sabesp, realizada na Câmara Municipal.
Na mesma sessão, o superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), Alceu Segamarchi Júnior, afirmou que recebeu na terça-feira (11) um documento da Sabesp que informa que a companhia de abastecimento começará a usar a segunda cota da reserva técnica no próximo sábado (15).
“No dia 15 de novembro nós devemos atingir a segunda cota da reserva estratégica, mas a ANA [Agência Nacional de Águas] já tem uma resposta a um ofício que eu encaminhei já havia concordado com a utilização da segunda reserva. O que falta definição quais são os limites para o mês de novembro e isso a gente está definindo ao longo desta semana”, afirmou Alceu. Ele ressaltou que a Sabesp já possui aval da agência para usar a água.
“Entrará em operação até a próxima semana o segundo volume estratégico, a reserva técnica, para que a gente possa usar essa água”, disse Arce.
Ele condicionou o término do uso do chamado volume morto às condições meteorológicas. “Que a gente tenha uma estação chuvosa. Se fosse normal, na média, seria ótimo, mas que pelo menos não seja pior do que foi no ano passado, para que a gente possa, até o final de abril, ter os reservatórios [todos] o mais alto possível para que a gente possa atender o novo período seco que começa no dia 30 de abril e vai até 30 de novembro”, afirmou.
“A quantidade de chuva que nós tivemos neste ano é muito menor que a média. Não precisa chover o dilúvio, basta que chovesse a média”, completou o secretário durante reunião da CPI. Questionado se o volume de chuva seria suficiente para deixar os reservatórios positivos, ele confirmou. “Não só positivo, nós encheríamos tudo que foi gasto das reservas técnicas e ganharíamos volume útil maior que estávamos em 30 de abril deste ano”. O secretário não soube informar a quantidade de chuva que deveria cair.
Mauro Arce também negou que a segunda cota do volume morto já começou a ser utilizada, conforme anunciou a ANA no mês passado, após comentar a baixa na represa Atibainha. “O Atibainha não depende da ANA, não está sobre o controle da ANA conforme a legislação. O Atibainha é um assunto Sabesp e DAEE”, disse.
O secretário também mencionou pequenas obras que estão sendo realizadas e grandes obras, de longo prazo, que serão realizadas com recursos federais, como por exemplo a PPP do São Lourenço, que deve ficar pronto em setembro de 2017.
Para conseguir o financiamento, Arce disse que na próxima segunda-feira (17) irá a Brasília entregar os projetos à União das obras para aumentar a quantidade de água em São Paulo. O detalhamento dos projetos foi uma condicional para o estado conseguir o financiamento das obras.
Fonte: G1