Cabo se rompe e danifica antena do radiotelescópio de Arecibo

Acidente ocorreu há cerca de uma semana e abriu um ‘rasgo’ de 30 metros na antena parabólica do radiotelescópio, que é o segundo maior do mundo em sua categoria

O radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, está fora de operação há uma semana desde que um cabo de suporte se soltou e causou um “rasgo” de 30 metros de comprimento em sua antena parabólica, além de danificar o “domo gregoriano”, estrutura semicircular suspensa sobre a antena que abriga receptores de sinal.

O cabo tem cerca de 7,5 cm de diâmetro e é usado para sustentar uma plataforma metálica sobre a antena. Segundo a Universidade Central da Flórida, que administra o radiotelescópio para a Fundação Nacional de Ciências (NSF) dos EUA, o acidente aconteceu às 02:45 da manhã de 10 de agosto (horário local), e a causa ainda não foi determinada.

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Dano na antena do radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, causado por rompimento de cabo de aço. Foto: Universidade Central da Florida

Construído há quase 60 anos, o radiotelescópio de Arecibo foi o maior do mundo em sua categoria até 2016, quando o radiotelescópio chinês FAST entrou em operação. Um ícone da ciência, ele já estrelou em filmes como “Contato” e “007 Contra Goldeneye” e foi usado para detectar o primeiro planeta em órbita de outra estrela, em 1994, e a primeira “explosão rápida de rádio” (FRB – Fast Radio Burst), fenômeno que ainda intriga os cientistas. Em abril deste ano ele foi usado para fotografar um imenso asteroide que passou próximo à Terra

O radiotelescópio de Arecibo também foi responsável por transmitir em 1974 a “Mensagem de Arecibo“, escrita pelos astrônomos Frank Drake e Carl Sagan e enviada ao espaço como parte do projeto SETI (Search for Extra-Terrestrial Inteligente, “Busca por Inteligência Extra-Terrestre”).

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A mensagem contém informações sobre a localização da Terra e do Sistema Solar, a espécie humana (como elementos que compõem nosso DNA, altura média de um humano e o tamanho de nossa população) e o equipamento usado para transmiti-la.

“Temos uma equipe de especialistas analisando a situação”, diz Francisco Cordova, diretor do observatório. “Nosso foco é garantir a segurança de nossa equipe, proteger as instalações e equipamento e retomar a operação completa da instalação o quanto antes, para que ela possa continuar a auxiliar cientistas ao redor do mundo”.

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Fonte: Olhar Digital