Duilia de Mello: a mulher das estrelas

Nascida em 27 de Novembro de 1963 na cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo, Duilia de Mello é uma astrônoma e astrofísica brasileira, reconhecida internacionalmente por suas ações e descobertas na ciência. Na década de 70, quando ainda era criança, já era interessada por astronomia e uma grande fã da série “Cosmos”, apresentada pelo astrofísico Carl Sagan. Aos 14 anos, decidiu seguir a carreira.

Formação Acadêmica

Duilia de Mello estudou Astronomia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e logo fez mestrado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos. Depois, concluiu o doutorado na Universidade de São Paulo (USP). Ela também fez um pós-doutorado no Instituto do Telescópio Espacial Hubble nos EUA e no Cerro Tololo Interamerican Observatory no Chile.

Durante a graduação no Brasil, Duília trabalhou como bolsista no laboratório da universidade, mas com as limitações brasileiras na área de pesquisa, foi obrigada a viver de astronomia fora do país. Atualmente, é pesquisadora associada da NASA, Goddard Space Flight Center e professora titular da Universidade Católica da América (CUA) em Washington nos Estados Unidos. 

Vida Profissional

Contratada pela NASA, a cientista fez seu pós-doutorado trabalhando no Hubble — um satélite artificial não tripulado que transporta um grande telescópio para luz visível e infravermelha — enquanto trabalhava 18 horas diárias para a agência espacial norte americana. 

Apesar de ter sido muito bem recebida, Duília percebeu que o número de mulheres era extremamente menor quando comparado ao Brasil, e relatou também que essas mulheres não eram levadas tão a sério quanto os homens. Houve uma luta para que ela conseguisse impor o respeito profissional que merecia, já que, infelizmente, o machismo ainda é intrínseco na sociedade. 

Descobertas e Prêmios

Em 14 de Janeiro de 1997, enquanto estava no Chile a passeio, Duília foi a um observatório observar as galáxias, seu objeto de estudo e, por ser experiente, podia operar o telescópio sozinha. No meio da noite, enquanto conferia os mapas das galáxias, reparou que uma das regiões que estava observando no céu parecia ter uma estrela a mais. Foi nesse momento que Duília encontrou uma supernova, evento astronômico que ocorre durante os estágios finais da evolução de algumas estrelas, que é caracterizado por uma explosão muito brilhante. Essa foi denominada 1997D. 

Diulia também participou da descoberta das Bolhas azuis, conhecidas como “orfanatos de estrelas” por darem origem a estrelas fora das galáxias.

Em 2013, a cientista participou da descoberta da maior galáxia espiral do universo, a galáxia do Côndor (NGC6872). Nesse mesmo ano, ela foi homenageada pelo Barnard College/Columbia University e incluída na lista Women Changing Brasil (10 mulheres que estão mudando o Brasil).

Em 2014 ganhou o Prêmio Diáspora Brasil na categoria Profissional do ano de 2013 em Tecnologia, Informação e Comunicação, concedido pelo Ministério de Relações Exteriores e pelo Ministério de Indústria e Comércio. No mesmo ano, foi selecionada pela revista Época como uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil.

Em 2017 ela foi considerada uma das 17 mulheres que fizeram a diferença pelo UOL.

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