Zimmermann critica lobby contra hidrelétrica de Belo Monte
Ministro de Minas e Energia defendeu execução do projeto durante reunião da subcomissão que vai acompanhar a obra
Durante reunião realizada pela subcomissão temporária criada para acompanhar a execução das obras da usina de Belo Monte (11.233GW), o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann criticou um suposto movimento de oposição que existe em torno da realização do projeto do Rio Xingu.
Segundo o ministro, quando indagado na reunião sobre o motivo dos protestos contra a construção da hidrelétrica, muitas pessoas são desfavoráveis a Belo Monte por não considerarem a Amazônia território brasileiro.
“Uns não aceitam a hidreletricidade por uma questão de foro íntimo, outros por uma questão de geopolítica. Por não considerarem a Amazônia como território brasileiro, eles não acham que o Brasil tem direito de explorar o potencial da região”.
O relator da subcomissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), reconheceu que o projeto da usina Belo Monte melhorou muito desde a sua versão inicial. Ele citou como exemplo a expressiva diminuição do tamanho do reservatório. Delcídio perguntou a Zimmermann se o orçamento da usina, R$ 19 bilhões, será cumprido. O ministro respondeu que o projeto ainda poderá ser racionalizado, o que implicaria em uma redução do valor total para um número próximo ou até mesmo inferior aos 19 bilhões.
Entrave ambiental
No encontro, Zimmermann também falou sobre questões ambientais que envolvem a usina. Para ele, o projeto é altamente viável e benéfico para a sociedade brasileira. “O projeto melhorou muito, ambientalmente falando. A região do Pará é uma das mais conflituosas do Brasil. Quando o poder público afastou-se, grandes conflitos sociais passaram a ocorrer por lá. A implantação da usina modificará essa realidade. Quem voltar a Belo Monte daqui a 15 anos verá uma outra região por lá”.
O ministro também manifestou sua crença de que se repetirá em Belo Monte o que ocorreu em Tucuruí, que melhorou seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) depois da construção da hidrelétrica. Segundo Zimmermann, o contrato do projeto obriga investimento pela empresa vencedora do leilão de R$3,5 bilhões no atendimento de condicionantes socioambientais. Outros R$500 milhões serão gastos na aplicação de um plano de desenvolvimento regional.
A garantia de que nenhuma outra hidrelétrica será construída no Rio Xingu, segundo Márcio Zimmermann, facilitou a aprovação do licenciamento ambiental para a realização da obra. Ele informou que usina será construída em uma área já ocupada pelo ser humano, sem a existência de mata nativa, fato que minimizará os danos ao meio ambiente.
O senador Augusto Botelho (PT-RR), também presente no evento, defendeu a geração de energia hidráulica e lembrou que enquanto usinas tem sua construção adiada, o Brasil continua queimando milhões de litros de óleo diesel para produzir eletricidade. Zimmermann registrou que o planejamento feito pelo Brasil prioriza as hidrelétricas e utiliza as outras fontes de energia como complemento.
Por outro lado, o presidente da subcomissão, senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), suscitou que o valor apresentado para a construção da megausina poderia servir para aplicar na geração de uma energia mais limpa, como a eólica.
“Se o Brasil optasse por construir várias pequenas usinas para gerar energia eólica, solar ou a biomassa para gerar a capacidade de Belo Monte, seríamos obrigados a fazer um investimento muito maior, já que todas essas fontes de energia ainda são muito mais caras do que a hidrelétrica”, respondeu o ministro.
Fonte: Jornal da Energia