UFJF terá iluminação de LED no campus
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) será um dos poucos locais do país a utilizar lâmpadas de LED (diodo emissor de luz) na iluminação de vias públicas. O projeto é do curso de Engenharia Elétrica com apoio da Eletrobrás e investimento da ordem de R$ 1,1 milhão.
O objetivo é substituir as atuais luminárias de sódio por outras de LEDs, gerando economia de energia em cerca de 50%. “Iremos trocar de 40 a 50 pontos de luz em torno do anel viário da Faculdade de Engenharia e, se ainda restar recursos, trocaremos também as luminárias do estacionamento e das fachadas da faculdade”, informa um dos professores que coordena o projeto, Henrique Braga. Ele acredita que se for realmente comprovada a economia e houver uma boa resposta sobre o investimento, “a própria UFJF irá se interessar em migrar para a nova tecnologia”.
O professor Danilo Pereira Pinto também está envolvido no projeto e avalia o impacto da mudança nas despesas da Universidade. “A conta de energia do campus é única, no entanto, o gasto com o anel viário da Plataforma 4 (onde está instalada a Faculdade de Engenharia) irá reduzir acima de 40%”. Além disso, o LED pode ser entendido como uma tecnologia que minimiza os impactos ambientais. Para Danilo, esta é uma tendência tanto para o uso residencial, como comercial e púbico. “Vários estudos estão sendo realizados por pesquisadores em todo o mundo atualmente, o que irá contribuir para a redução dos custos na produção em série, popularizando a tecnologia. Hoje o LED ainda é caro, mas não inviável, sendo que os benefícios compensam o investimento.”
Outras vantagens são quanto a qualidade da reprodução da cor e a vida útil da luminária, que passará de 20 mil horas para cerca de 30 mil horas. “Consideramos que o sol reproduz 100% da qualidade da cor dos objetos. A luz de sódio consegue reproduzir de 20% a 30% apenas. É por isso que não conseguimos distinguir bem a cor de um carro à noite na rua, por exemplo”, explica Henrique Braga. Com a iluminação de LED a capacidade de reprodução da cor é de 70% a 80% o que implica em melhoria da segurança do local, além de deixar o ambiente esteticamente mais agradável.
Segundo o professor, no Brasil, essa tecnologia está presente na Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira, um dos mais recentes cartões postais da cidade de São Paulo; na Ponte Rosinha Fillipo em Guaratinguetá (SP) e está sendo implantada pela Cemig na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Em Juiz de Fora, o LED é usado na iluminação do parque do Museu Mariano Procópio e também empregado em alguns semáforos de trânsito, no entanto, neste caso, a tecnologia é diferente – a destinada à iluminação pública é denominada como de “alto brilho e alta potência”.
Como funciona
Enquanto a lâmpada incandescente gera calor para produzir luz, os LEDs a criam com movimentos de elétrons em chips de silício. A luz é mais natural, pode mudar de cor, pode ser mais atenuada ou intensificada sem dificuldade. O Brasil ainda não fabrica o LED, no entanto, já desenvolve os componentes usados nas luminárias. Isso porque, ao contrário de uma lâmpada incandescente que é apenas ligada à energia, ele precisa de um reator que transforma a corrente elétrica alternada em contínua. Além desse componente eletrônico, a luminária possui a parte mecânica (a caixa de metal onde está envolvida) e a parte de distribuição luminosa.
O coordenador do projeto na UFJF explica que junto com as novas 50 luminárias comerciais a serem instaladas na Faculdade de Engenharia, a equipe colocará outras cinco produzidas pelos próprios laboratórios do curso. Os mestrandos Marcelo Paschoal e Felipe Marinho já desenvolveram circuitos eletrônicos necessários ao funcionamento dos LEDs. “Iremos acompanhar o desempenho das nossas luminárias em comparação às fabricadas pela indústria”, prevê Braga.
A questão de transferência de tecnologia também é defendida pela equipe. A UFJF deverá fazer parceria com a Arrow do Brasil, multinacional e maior distribuidora de componentes eletrônicos no mundo, para viabilizar a parte logística e dar apoio técnico ao projeto. No entanto, o acordo está fundamentado na troca de experiência. “Sabemos como desenvolver a tecnologia, mas a empresa é comercial e, certamente, possui alguns segredos que queremos ter acesso.”
O projeto tem duração de três anos. O cronograma deste primeiro ano inclui o dimensionamento do trabalho, a definição dos parâmetros para a substituição e a implantação do novo sistema. Nos dois anos seguintes será feito acompanhamento do desempenho elétrico e luminotécnico da nova tecnologia.
Outras informações: 2102-3444 (Faculdade de Engenharia Elétrica)