Painéis solares na Lua poderiam oferecer energia para a Terra, aponta cientista
A solução para o aquecimento global pode estar lá fora. Não me refiro a civilizações alienígenas ou a minérios superpoderosos presentes em outros planetas e capazes de nos oferecer uma saída para a questão energética na Terra, mas, sim, à energia do Sol sendo absorvida por painéis solares localizados na superfície da Lua. E não para por aí: além de transmitir a energia sem fio para o nosso planeta, estes painéis seriam autorreplicantes — ou seja, se reproduziriam de forma autônoma.
Estas ideias foram apresentadas em um artigo científico escrito pelo professor veterano de ensino médio Justin Lewis-Weber e publicado na revista New Space. Apesar de não ser exatamente nova, a ideia de módulos espaciais enviando energia para a Terra — isso já foi aventado na década de 70, durante a crise do petróleo — agora conta com mais tecnologias para sair do papel.
O Sol é uma das opções mais abundantes de energia para os seres humanos, porém, manter painéis solares na superfície da Terra nem sempre é um bom negócio. Isso porque às vezes é noite e às vezes o céu está nublado, impedindo uma melhor absorção dos raios solares. Para driblar este contratempo, a melhor saída seria enviar tudo para o espaço.
De lá do alto, eles usariam um sistema de micro-ondas para enviar a energia para receptores posicionados na Terra sem precisar de cabos. “O sistema seria desenvolvido para não exceder as densidades seguras de energia”, comenta Paul Jaffe, do U.S. Naval Research Lab e autor de um projeto de painéis solares no espaço (mas aqui eles não eram autorreplicantes), garantindo que as tais micro-ondas não causariam qualquer tipo de dano a nós terrestres. Os equipamentos posicionados na superfície da Lua também não causariam sombra na Terra, tal qual a própria Lua, salvo em pequenas áreas quando ocorre um eclipse.
O fato é que, apesar de uma ótima ideia, enviar painéis solares para a Lua não seria nada barato. Então, aí é que entra a ideia inovadora de Lewis-Weber: criar painéis-robôs que se replicam de maneira autônoma. Isso também custaria bastante caro para ser tirado do papel, mas o resultado poderia ser um projeto viável e relativamente barato. Isso porque os robôs “pioneiros”, digamos assim, minerariam o solo lunar em busca de materiais como ferro, alumínio e silício a fim de construir as suas réplicas.
Para a ideia prosperar, o professor aposta ainda na maior simplificação possível dos painéis. “Em vez de ter mil tipos diferentes de parafusos, vamos ter apenas cinco”, comenta. “Em vez de ter moldes diferentes para partes diferentes, vamos usar uma impressora 3D.” Envolvendo pesquisa e desenvolvimento, Lewis-Weber acredita que este é um projeto de US$ 10 bilhões.
Fontes: Popular Science, Canaltech