Navio movido a energia eólica chega ao Ceará
São Paulo – O Porto de Pecém, no Ceará, recebeu na última terça-feira o primeiro navio movido à energia eólica. Chamado e E-ship 1, a embarcação de bandeira alemã é utilizada para atividades com carga seca de múltiplo uso. A tecnologia utilizada permite a economia de combustível da ordem de 30 a 40%. Sua viagem inaugural começou em 17 de agosto no Porto de Emden, na Alemanha. O navio esteve em Portugal em setembro. A embarcação passou por três provas de mar antes de ser lançado oficialmente. As informações são do Diário do Nordeste.
Com 130,4 metros de comprimento, o E-Ship 1, trabalha com conversores de energia eólica, transportando equipamentos para a indústria Woben, instalada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém e fabricante de aerogeradores.
O navio é propriedade da empresa alemã Enercon GmbH, terceira maior fabricante de turbinas eólicas do mundo. Ele será usado para o transporte de componentes de turbinas eólicas.
O E-Ship é um navio que faz uso do Efeito Magnus para propulsão. Quatro rotores imponentes ficam instalados no convés principal e estão ligados a hélices do navio, o que faz com que elas girem. As quatro torres cilíndricas de 27 metros de altura por quatro metros de diâmetro que emergem do convés são rotores eólicos capazes de captar a energia do vento para auxiliar a propulsão a diesel do navio, sem interferir com as operações de carga e descarga, ao contrário dos mastros e velas. O efeito Magnus faz uma força para agir em cima de um corpo girando em movimento através de uma corrente de ar, perpendicular à direção de fluxo.
A Superestrutura (Casario) do navio está localizado na proa, tem três conveses (pisos) e dois guindastes por bombordo, com longas lanças e capacidade de carga de 80 e 120 toneladas. O navio possui uma rampa traseira, e pode funcionar como um navio de carga. O navio possui 130 metros de comprimento e 22,5 metros de boca, com 12.800 toneladas DWT GT/10.000 aproximadamente.
O E-Ship 1 é equipado com nove geradores diesel, com uma potência total de 3,5 MW. O navio possui caldeiras, que alimentam uma turbina a vapor, que, por sua vez, aciona quatro rotores. Estes rotores, assemelhando-se a quatro cilindros grandes montado no convés do navio, são capazes de recolher a energia do vento. A tecnologia permite a economia de combustível da ordem de 30 a 40% a uma velocidade de 16 nós.
Fonte:Exame