NASA detalha missão para capturar asteroide
A NASA anunciou os detalhes do seu plano para uma missão de captura de um asteroide, que deverá ser lançada em 2020. Os novos planos diferem bastante da proposta inicial, feita em 2013, para capturar um asteroide inteiro. A missão ARM (Asteroid Redirect Mission) vai se concentrar no teste de uma série de novas capacidades necessárias para futuras expedições ao espaço profundo, incluindo Marte.
Para isso, uma nave espacial robótica irá capturar apenas uma rocha da superfície de um asteroide e movê-la para uma órbita estável ao redor da Lua, onde então ela poderá servir de laboratório para operação de uma nave tripulada e de caminhadas espaciais fora da órbita baixa da Terra, onde o nível de radiação é muito menor.
“A missão de redirecionamento de um asteroide vai fornecer uma demonstração inicial de múltiplas capacidades de voo espacial que precisaremos para enviar astronautas ao espaço profundo, e, eventualmente, a Marte,” disse Robert Lightfoot, da NASA. “A opção para recuperar uma rocha de um asteroide terá um impacto direto sobre o planejamento de futuras missões humanas ao espaço profundo.”
A agência planeja anunciar o asteroide selecionado em 2019, cerca de um ano antes do lançamento da nave espacial robótica. Já foram identificados três candidatos válidos para a missão até agora: Itokawa, Bennu e 2008 EV5. A NASA espera identificar um ou dois candidatos adicionais a cada ano que antecede a missão.
Quando chegar ao asteroide, a nave robótica ARM fará sobrevoos a 1 km de altitude para mapear as rochas disponíveis com resolução de 1 cm. Encontrada a melhor candidata, a nave pousará sobre ela e usará braços robóticos para capturá-la.
Saltando de volta ao espaço, a nave começará uma viagem de alguns anos – o tempo dependerá de qual asteroide for escolhido – para colocar o pedregulho em órbita retrógrada ao redor da Lua.
Esta fase permitirá testar a propulsão solar-elétrica, usando motores iônicos – os painéis solares geram energia elétrica que é usada para impulsionar átomos carregados (íons) para mover a nave.
Este método de propulsão pode movimentar grandes cargas de forma muito eficiente, embora demore mais tempo para acelerar. Mas, ao dispensar o grande volume de combustível químico dos foguetes convencionais, a nave fica muito menor e mais leve, diminuindo o custo de lançamento.
Outro teste importante será das técnicas de trajetória e de navegação no espaço profundo, incluindo a escolha de um ponto estável na órbita da Lua, onde a nave possa ser alcançada pelos astronautas.
Mesmo que terminasse nesse ponto, a missão já seria de grande valor no desenvolvimento de “técnicas de defesa planetária” contra ameaças de asteroides em rota de colisão com a Terra. Segundo a NASA, essa parte da missão servirá de subsídio para futuras missões que possam redirecionar asteroides inteiros – a agência também anunciou que a detecção de asteroides próximos da Terra aumentou em 65% desde o lançamento de sua iniciativa de monitoramento, há três anos.
Calcula-se em cerca de seis anos o tempo para que a nave robótica coloque a rocha em órbita lunar. Será então a vez do lançamento da nave Orion, levando astronautas em uma missão para explorar o asteroide.
Essa parte tripulada da missão, com dois astronautas, deverá durar 24 ou 25 dias.
Nesse período, os astronautas realizarão uma série de caminhadas espaciais para estudar e recolher amostras do pedaço do asteroide e para testar novos trajes espaciais concebidos para missões no espaço profundo.
Fonte: Inovação Tecnológica, Canaltech