Microinversor brasileiro viabiliza usinas solares domésticas

Usina solar doméstica

É cada vez mais comum ver sobre os telhados das casas e edifícios painéis solares fotovoltaicos para a geração de energia.

Como os painéis solares ainda são caros, um grande incentivo para sua utilização seria a possibilidade de vender a energia gerada para as concessionárias, quando o proprietário da casa não a estivesse utilizando.

Essa geração distribuída de energia é um dos conceitos mais difundidos hoje no mundo, em substituição ao sistema atual, de grandes usinas geradoras que distribuem para consumidores passivos.

Mas, para que os consumidores se transformem em geradores de energia, é necessário um equipamento que possa captar a energia gerada em cada residência e injetá-la na rede de distribuição, onde ela poderá ser compartilhada e usada por outros consumidores.

Foi o que fizeram Jonas Rafael Gazoli e Ernesto Ruppert Filho, engenheiros eletricistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Microinversor

Os pesquisadores desenvolveram um microinversor monofásico que permite ligar os painéis solares fotovoltaicos à rede elétrica de baixa tensão.

Os sistemas fotovoltaicos são constituídos basicamente por um ou mais painéis solares, acoplados a um microinversor eletrônico. A função básica do inversor é converter a eletricidade de corrente contínua, como é gerada pelas células solares, em corrente alternada, que é a forma pulsada de energia presente na rede elétrica.

Como uma placa solar produz cerca de 25 volts (V) em corrente contínua, a função do microinversor é compatibilizar essa energia com a tensão de 127 V ou 220 V da corrente alternada da rede elétrica.

Para a produção local de energia, basta instalar o painel solar no telhado da residência e o microinversor em um ponto da rede, como se fosse um eletrodoméstico.

Se o consumo da residência for inferior à produção, o excesso pode ser exportado para a concessionária local. Um medidor bidirecional instalado em substituição ao medidor de energia padrão permitirá registrar a energia fornecida e recebida ao longo do dia, de forma que o usuário pague apenas pela diferença.

Capacitores eletrolíticos

Segundo Gazoli, a grande inovação do seu microinversor é a eliminação dos capacitores eletrolíticos, componentes responsáveis pelo armazenamento momentâneo de energia.

Esses componentes possuem vida útil curta, de sete anos em média, quando trabalham sob temperaturas altas, como no caso da geração solar de energia.

Já um sistema fotovoltaico tem uma vida útil da ordem de 25 anos, o que força a troca do equipamento várias vezes.

O principal objetivo da pesquisa da Unicamp é construir um microinversor com grande vida útil que não use capacitores eletrolíticos, equiparando assim a vida útil de todos os equipamentos usados na “usina doméstica”.

O Brasil ainda não possui uma regulamentação que permita a negociação direta da energia produzida por particulares com as concessionárias, embora o assunto esteja em discussão sob o patrocínio da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Eletro Eletrônica).

Fonte: Inovação Tecnológica

1008jia2001