Médicos criam técnica para operar nervos microscópicos usando robô
Microcirurgias de nervo realizadas por robô já é uma realidade. Há dois anos foi criada a Sociedade Ramses (sigla em inglês da Sociedade de Microcirurgia e Endoscopia) formada por cirurgiões brasileiros, franceses e americanos a fim de estudar o assunto.
A técnica é nova e pode abrir as portas para a realização de cirurgias robóticas complexas em praticamente todos os nervos do corpo, até mesmo no cérebro. Outra possível utilização é para o reimplante de membros amputados.
A novidade, porém, teve sua ideia original na década de 1990. Os primeiros protótipos surgiram no exterior com o objetivo de operar, de forma remota, astronautas em missões no espaço ou militares no campo de batalha.
No entanto, a ideia se tornou inviável na época. Imperfeições na transmissão de dados entre a estação onde estava o médico e a sala de cirurgia com o robô – por vezes centenas de quilômetros distantes – foram alguns dos problemas.
Porém, os pesquisadores perceberam que se médico e robô estivessem no mesmo ambiente não haveria problemas de transmissão de dados, segundo o cirurgião Gustavo Mantovani, co-fundador da Ramses e médico no hospital Oswaldo Cruz, de São Paulo.
Apesar de não haver a vantagem do tratamento remoto, os robôs se revelam capazes de aumentar a destreza e a precisão do cirurgião em até cinco vezes.
Segundo Mantovani, o robô possui um sistema computadorizado para permitir que suas pinças façam movimentos milimétricos – que o cirurgião consegue visualizar por meio de uma câmera que funciona como um microscópio tridimensional. Todo o sistema é controlado pelo médico, que fica sentado em um console equipado com visor e controles. O equipamento facilita, desse modo, procedimentos longos.
“O robô é uma forma de ampliar as habilidades do cirurgião. Eu vejo no futuro eles sendo usados em cirurgias minimamente invasivas com alta qualidade. Poderemos fazer procedimentos que nem imaginamos serem possíveis hoje”, disse Mantovani.
FONTE: Terra