Luva vibrante melhora sensibilidade do tato
Colocar uma luva tem suas vantagens, mas tem uma desvantagem óbvia: a perda da sensibilidade das mãos.
Há casos, contudo, em que não há opções: seja operando uma pessoa ou montando equipamentos de alta tecnologia, cirurgiões, engenheiros e técnicos não podem dispensar as luvas.
Para tentar minimizar as deficiências das luvas tradicionais, engenheiros do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo uma luva contendo um dispositivo capaz de “amplificar” a sensibilidade dos dedos, eventualmente reproduzindo uma sensibilidade muito próxima da natural.
Ressonância estocástica
Para isso, os engenheiros estão usando um conceito chamado ressonância estocástica, que já foi usado para transformar ruído em visão, criando imagens nítidas de objetos escondidos.
Várias pesquisas já comprovaram que ressonância estocástica – que também atende pelo codinome de “ruído branco” – pode melhorar a visão, a audição, o tato e o controle de equilíbrio.
De forma aparentemente contraditória, a ressonância estocástica permite que os ruídos melhorem a detecção de sinais elétricos extremamente fracos – neste caso, otimizando a sensibilidade dos dedos.
“Este dispositivo poderá ser usado no futuro para auxiliar indivíduos cujo trabalho exija uma destreza manual de alta precisão, assim como pessoas com condições médicas que reduzam sua sensação de toque,” diz o Dr. George Woodruff, coordenador da pesquisa.
Atuador piezoelétrico
Isso pode ser feito adicionando um pequeno dispositivo vibratório junto ao dedo.
Esse atuador é construído com titanato zirconato de chumbo, o conhecido material piezoelétrico PZT. Essa cerâmica gera uma carga elétrica quando é submetida a uma força mecânica, ou produz um “tranco” quando recebe uma carga elétrica – esse último é o mecanismo usado para criar as vibrações.
O atuador é colocado ao lado do dedo, para não atrapalhar na manipulação dos objetos.
Os resultados experimentais mostraram que uma pequena vibração mecânica melhora a sensibilidade do usuário da luva – os voluntários tiveram um melhor desempenho nas tarefas de identificação de texturas, toque, agarramento e identificação da distância entre dois pontos.
Vibração ótima
Os primeiros testes, contudo, mostraram que a frequência de vibração que dá o nível ótimo de sensibilidade varia de indivíduo para indivíduo.
Por isto, os pesquisadores estão agora trabalhando no estabelecimento de uma amplitude de frequências típica, para permitir que o aparelho seja ajustado mais facilmente a cada usuário.
O passo seguinte será a incorporação dos vibradores piezoelétricos no tecido da própria luva, que deverá se parecer com uma luva comum, sem o aparato saliente deste protótipo.
Fonte: InovacaoTecnologica