Leilão deve destravar projetos de energia solar

Realidade em países como Alemanha e Japão, a energia solar deve dar seu primeiro passo efetivo no mercado brasileiro em outubro, quando será realizado o próximo leilão de energia de reserva. A expectativa é de que sejam leiloados entre 500 MW e 1 GW de energia solar – um fato inédito no Brasil.

Em 2013, o governo brasileiro autorizou a presença de empreendimentos solares em dois leilões, mas em nenhum deles a energia foi vendida, por não ter preço competitivo. O leilão de outubro deve ter desfecho diferente. O governo decidiu promover uma disputa em que não haja concorrência entre as fontes. Isso significa que, ao contrário do que aconteceu no ano passado, os projetos solares não vão disputar espaço com empreendimentos mais competitivos, como os eólicos.

No setor, a expectativa é de que o preço-teto fique entre R$ 230/MWh e R$ 250/MWh. Isso deve fazer com que 2014 seja o primeiro ano dos grandes projetos solares no Brasil. Os executivos do setor aguardam do governo a confirmação do preço-teto e a liberação de financiamento do BNDES em condições compatíveis com a realidade embrionária da energia solar no Brasil.

“Essa é a hora da energia solar”, diz o presidente do conselho de administração da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine), Luiz Fernando Leone Vianna.
A percepção otimista do representante da Apine, compartilhada por outros executivos que acompanham o avanço das discussões em torno da energia solar, está fundamentada em uma série de adequações negociadas com o governo federal. A começar pelo preço-teto cogitado de até R$ 250/MWh, bem superior aos R$ 140/MWh propostos no leilão de dezembro passado.

Na oportunidade, foram leiloados projetos eólicos, hídricos e de biomassa. Nenhum dos 95 projetos de energia solar saiu vencedor. Juntos, eles garantiriam mais de 2 GWh de oferta de energia nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Piauí.

Em setembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também realizará um leilão que contará com energia solar, mas sem a separação por fontes. Mais de 200 projetos solares foram cadastrados, com oferta superior a 6,3 GW.

 

 

Fonte: Jornal Estado de S. Paulo

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