Irã se diz disposto a comprar ou enviar urânio ao exterior
Em carta à AIEA, país afirma que deseja ‘seguir buscando o combustível necessário para reator’
VIENA – O governo do Irã se disse disposto a comprar combustível para seu reator nuclear científico ou a obter o material por uma troca com seu urânio pouco enriquecido, mas eu seu próprio território, conforme informa uma carta enviada à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU, de acordo com a agência AFP.
A carta, assinada por Ali Ashgar Soltanieh, embaixador do Irã na AIEA, é dirigida a Yukio Amano, diretor-geral do órgão de fiscalização nuclear da ONU. “Quero informar à Agência, em nome do meu governo, que a República Islâmica segue buscando adquirir o combustível necessário” para o reator, disse o diplomata no documento, datado de 18 de fevereiro.
“Ainda assim, se a Agência se encontrar impossibilitada de cumprir com suas obrigações, O Irã está disposto a trocar o combustível por urânio pouco enriquecido produzido em Natanz, em um ou em vários lotes, no território da República Islâmica do Irã”, completou o iraniano.
China
As potências do Ocidente estão em um impasse com o governo do Irã que se acirrou nas últimas semanas com anúncios por parte dos islâmicos afirmando que poderiam enriquecer urânio a níveis mais elevados. Os países que negociam com os iranianos – China, Rússia, EUA, Reino Unido, França e Alemanha – acusam-nos de manter o programa nuclear para construir armas. Teerã nega e diz que enriquece urânio para fins pacíficos.
As potências querem que o Irã concorde em enviar o material para o exterior primeiro e então esperar cerca de um ano até que receba o urânio enriquecido novamente, já pronto para ser usado como combustível do reator nuclear. Os países insistem nesses termos porque assim atrasariam a possibilidade de o Irã construir armas nuclear porque assim deixariam muito pouco material na República Islâmica para fabricá-las.
Também nesta terça-feira, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China pediu mais diálogo e “flexibilidade” nas negociações com o Irã. “As partes relevantes devem ampliar os esforços diplomáticos e manter e promover o diálogo e as negociações”, afirmou o porta-voz. Pequim, porém, é um aliado próximo do Irã, com muitos interesses no país, por exemplo no setor de petróleo. O governo chinês tem se recusado a apoiar novas sanções ao país no Conselho de Segurança da ONU.
Fonte:Estadão