Internet sem fio transmitida pela luz: conheça o Li-Fi

Prevendo a crise das ondas de rádio, o professor Harald Hass iniciou ainda em 2003 as suas pesquisas em torno de uma conexão com a internet que utiliza o espectro luminoso para transmitir dados. A tecnologia, chamada de Li-Fi, começa a ganhar corpo e foi demonstrada durante a Mobile World Congress, por meio da PureLi-Fi, companhia criada a fim de comercializar o novo método.

“A forma como o Li-Fi funciona é usando as luzes de LED e transformando-as em transmissores sem fio”, comentou Harald Burchardt, diretor de operações da PureLi-Fi, em entrevista ao Digital Trends. “Li-Fi, como você pode notar pelo nome, é um serviço parecido com o Wi-Fi, exceto que ele utiliza a luz de LED, e especificamente o meio luminoso, para transmitir dados sem fio”. Durante a MWC 2016, a PureLi-Fi criou uma área de demonstração da tecnologia que consistia em três pontos de acesso Li-Fi. O ambiente era abastecido por caixas do tamanho de um tijolo conectadas a lâmpadas de LED. As caixas transformam as luzes em antenas de internet sem fio e ofereciam conexão a uma área de 20 metros quadrados.

Faça-se a luz Assim como os primórdios da internet sem fio exigiam adaptadores Wi-Fi para que um computador recebesse o sinal sem precisar de um cabo, o Li-Fi atualmente também exige um pequeno adaptador USB, que é acoplado à máquina e permite a conexão com a internet. Ele tem um pequeno sensor que captura a luz e um infravermelho que envia o sinal de volta, com tudo abastecido com a energia da porta USB do PC. A tecnologia garante que várias pessoas se conectem a uma única fonte de luz e também que o usuário transite entre uma rede e outra sem perder a conexão. E as vantagens do Li-Fi não param por aí: de acordo com o executivo da PureLi-Fi, diferente do Wi-Fi, ele permite a instalação de vários pontos de acesso dentro de uma mesma área sem prejuízo de conexão, oferecendo sinal aprimorado dentro daquele espaço. O volume de dados transferidos também é maior em relação ao Wi-Fi, de 10 a 50 vezes maior em uma única área.

Além disso, o Li-Fi pode ser mais seguro: como a luz não atravessa paredes, é fácil limitar um ponto de acesso a um determinado espaço. Isso, porém, pode criar problemas para a instalação de um ponto de Li-Fi dentro de uma residência ou escritório com divisórias, por exemplo. Em relação à velocidade, a demonstração na MWC ofereceu conexão de 40 Mbps, com taxa de transferência de dados caindo em 75% conforme o dispositivo conectado se aproximava da borda do espaço coberto pela conexão luminosa. “Esta tecnologia estará em todos os lugares dentro de 10 a 15 anos, e ela será incorporada em todas as luzes e em todos os dispositivos”, aposta Burchardt.

Fonte: CanaltechDigital Trendslogo_pet2

 

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