Entidades vão à ONU contra hidrelétrica de Belo Monte

Movimentos e organizações sociais criticam licenciamento da usina

Movimentos e organizações sociais entregaram à Organização das Nações Unidas (ONU) um documento em que apontam “ilegalidades e abritrariedades” no processo de licenciamento ambiental da hidrelétrica de Belo Monte (11.233MW), que será construída no rio Xingu (foto), no Pará. O protesto é assinado por mais de 100 grupos que representam mais de 40 comunidades de 11 municípios que serão afetados pelas obras da usina.

A licença prévia para a construção do empreendimento foi liberada pelo Ibama em fevereiro deste ano. As entidades, porém, afirmam que não houve consulta prévia a comunidades atingidas e acusam os estudos de impacto ambiental de conterem “fragilidades”. O documento entregue à ONU ainda diz que “ficou evidente” a pressão política pela aprovação do projeto.

“Para nós está claro que interesses de governo e de grandes grupos econômicos estão se sobrepondo ao que dizem a lei e os tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário”, afirma Antonia Melo, uma das lideranças do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, coletivo que reúne mais de 150 organizações, movimentos sociais e associações de moradores da região.

O manifesto contra Belo Monte pede que a ONU solicite informações ao governo brasileiro sobre o empreendimento; que relatores da entidade realizem uma visita ao Pará; e que o País reconsidere a construção da usina. Caso a denúncia seja aceita, o Brasil pode ser responsabilizado internacionalmente por crimes ambientais e violações de direitos humanos causados pelo projeto.

Fonte:Jornal da Energia