Eletrosul poderá ter primeiro prédio público abastecido por energia fotovoltaica no Brasil
Assunto: Panorama Nacional
Por meio do projeto Megawatt Solar, companhia prevê instalação de placas fotovoltaicas na cobertura do prédio e nos estacionamentos do seu edifício-sede, em Santa Catarina
Dayanne Jadjiski, para o Procel Info
Planta piloto de geração fotovoltaica instalada no estacionamento da Eletrosul, em Santa Catarina |
A Eletrosul poderá ter o primeiro prédio público brasileiro abastecido por energia fotovoltaica em grande escala. Por meio do projeto Megawatt Solar, a companhia prevê a instalação de placas fotovoltaicas na cobertura do prédio e nos estacionamentos do seu edifício-sede, em Santa Catarina. As primeiras tratativas para se fazer o projeto executivo de aproveitamento das coberturas começaram no final de 2008.
Com projeto executivo concluído, a fase atual é a aprovação junto à Eletrobras e a viabilização do negócio, de acordo com o gerente do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética da Eletrosul, Jorge Luis Alves. “Estamos buscando parceiros para executar e passar para a fase da implantação, que gostaríamos que fosse ainda esse ano, mas ainda não temos essa certeza”, disse.
O investimento para cobrir o prédio e o estacionamento é de aproximadamente R$ 16 milhões. Segundo Alves, o banco de fomento alemão KfW Bankengruppe tem interesse em participar do projeto. “O KfW já foi parceiro do projeto e agora tem a disposição para investir até R$ 7 milhões, em média”, conta.
Os sistemas instalados deverão gerar, em média, 1 MW. Segundo Alves, o valor poderia abastecer, no mínimo, quatro mil residências, com consumo médio de 250 kW. O período previsto para a implantação das placas é de, no máximo, seis meses. No projeto, a Eletrosul contou com o apoio do Laboratório Solar da Universidade Federal de Santa Catarina, Instituto Ideal e o KfW.
O interesse da companhia em acompanhar assuntos relacionados à tecnologia fotovoltaica vem desde 2005. A companhia, juntamente com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Petrobras, CEEE e a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, iniciaram um projeto de P&D para o desenvolvimento de módulos fotovoltaicos. O projeto foi concluído no início deste ano. Dos 200 módulos produzidos, foram destinados 60 à Eletrosul que, segundo Alves, serão utilizados na Casa Eficiente.
O empreendimento analisa três aspectos: condicionantes bioclimáticas, eficiência energética e uso racional de água. A casa, que é um projeto para quatro pessoas, tem, entre suas propostas, mostrar as várias possibilidades de melhor uso na construção e no aproveitamento de energia elétrica e de água. Os módulos, de acordo com Alves, já foram disponibilizados pela PUC-RS. “Agora estamos dependendo de transporte e provavelmente em julho devemos colocá-los na casa”, disse.
Para prospectar resultados para o Megawatt Solar, adquirir conhecimento e difundir a tecnologia, a Eletrosul implantou uma planta piloto fotovoltaica em um dos estacionamentos do seu pátio. Em operação desde fevereiro do ano passado, o empreendimento tem medições consolidadas desde de junho de 2009. Segundo a companhia, a planta tem 88 módulos fotovoltaicos, de silício amorfo, tipo filme fino, totalizando cerca de 12 kWp. Sua previsão de geração é da ordem de 15 MWh de energia elétrica por ano, com fator de capacidade de 13,6%.
Estima-se que a energia elétrica gerada seja equivalente ao consumo anual de 7,5 residências, reduzindo cerca de de 4,7 toneladas por ano de emissão de gás carbônico na atmosfera. De acordo com dados da Eletrosul, entre junho do ano passado e fevereiro deste ano, a planta produziu aproximadamente 10,5 MWh, superando ligeiramente a expectativa de produção no período.
Fonte: Procel Info