DuPont destaca potencial solar brasileiro e espera aquecimento do mercado a partir de 2011

A multinacional Dupont pretende ampliar sua atuação no mercado fotovoltaico brasileiro ainda neste ano.  Segundo a companhia, a intenção de estimular o desenvolvimento local do setor – já consolidado na Europa – faz parte da estratégia de potencializar o crescimento da empresa nos países em desenvolvimento. Na sede administrativa da companhia, em Alphaville, foram instalados painéis fotovoltaicos conectados à rede. Os equipamentos fazem parte de uma das iniciativas de pesquisa na área solar que tem recebido incentivos da DuPont.

“Outro projeto que temos é a instalação de pequenas instalações-piloto em vários locais do País para fazermos estudos e medições”, revela a diretora para o segmento de Eletronics&Communication da DuPont América Latina, Sylvie Gallou. Hoje, a companhia já trabalha em uma planta piloto em conjunto com a Pontíficia Universidade Católia do Rio Grande do Sul (PUC-RS). “De forma geral, damos apoio com tecnologia e recursos humanos”, explica a executiva.

A DuPont, que estima ter alcançado uma receita de US$1 bilhão em vendas para o mercado fotovoltaico em 2010, está animada com o atual momento do setor no Brasil. “Estamos no caminho para explodir nos próximos anos”, prevê Gallou. A diretora acredita que, em até cinco anos, o custo de gerar energia por painéis fotovoltaicos por conta própria será equivalente ao valor cobrado pelas distribuidoras de energia. “No Brasil, essa paridade vai acontecer antes do que em outros países. Isso pelo preço da energia elétrica no País e também pelo fato de o Brasil ter muito sol, uma insolação que é um incentivo natural”.

O número de empreendimentos anunciados recentemente também motiva a DuPont. Em 2010, empresas como a MPX, do empresário Eike Batista, e a Cemig, divulgaram planos de construir centrais solares para testar a fonte. “Em 2011 o mercado fotovoltaico já começa a ter outra cara. Já vai haver mais fazendas solares, mais projetos conectados à rede. Em 2012 será algo maior, em 2013, maior, e assim por diante”, aponta a executiva. Para Callou, a perspectiva abre um grande espaço para a indústria de energia solar cresça no País, criando uma cadeia produtiva local. “O Brasil tem que aproveitar da melhor forma essa demanda, senão ela vai ser atendida por materiais importados”, alerta a diretora da DuPont.

A executiva afirma que a multinacional estará atenta e vai caminhar de acordo com essa expansão prevista para a energia solar no País. “Queremos acompanhar o mercado e a demanda. Hoje, ele é muito pequeno para justificar uma manufatura local de materiais. Mas, na medida em que ele vai crescendo, pode chegar o momento que vai justificar esse investimento”. No momento, Callou revela que a companhia tem entrado em contato com as empresas que anunciam projetos na área. “Estamos fazendo um pouco de desenvolvimento de novos negócios. Nos aproximando de todos esses grupos para instalar uma cadeia produtiva no Brasil, para ver no que podemos ajudar nos projetos”.

O otimismo da diretora da DuPont com o mercado brasileiro é tão grande que ela não acredita que os incentivos do governo sejam fundamentais para o setor. “O desenvolvimento do mercado solar vai acontecer de qualquer jeito”, garante a executiva. “Mas podia ser acelerado por algumas medidas. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) está em contato com as autoridades de governo e estamos otimistas de que está sendo feito um bom trabalho”, pontua.

Para ela, o ideal seria que a fonte fosse implantada no País por meio da geração distribuída – com os consumidores tendo os painéis em suas casas, lojas ou indústrias, podendo vender a energia que sobrasse para a rede. O modelo de desenvolvimento da tecnologia, porém, dependerá de como o governo vai agir nas políticas para o setor. “O mais adequado para as características da geração fotovoltaica é a geração distribuída. É mais eficiente, você tem as vantagens da paridade tarifária muito mais rápido. Agora, depende. As fazendas solares podem chegar antes por razão de regulação, ou de incentivo, por leilões”, explana a executiva da DuPont.

Fonte:Jornal da Energia