Dióxido de Carbono aumenta risco de gelo rachar nos polos
Segundo pesquisas de cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts ( MIT, na sigla em inglês ), as maiores concentrações de dióxido de carbono, um dos gases responsáveis pelo aquecimento global, podem diminuir a força e a dureza de geleiras e blocos de gelo, como os encontrados nos polos.
O resultado, apresentado em um estudo publicado na quinta-feira (11) no periódico ‘’Journal of Physics D : Applied Physics’’, é advindo de uma série de simulações de computador em nível atômico para analisar as moléculas de CO2. Assim, os cientistas descobriram que o enfraquecimento do gelo ocorre não apenas por bolhas causadas pelo carbono, como seria de se esperar, mas também pelo fato de que as ligações de hidrogênio (as ligações químicas entre as moléculas de água em um cristal de gelo) se enfraquecem ao serem expostas a uma concentração crescente de CO2.
Esse enfraquecimento ocorre porque a molécula de CO2 “compete” com a de água na hora de estabelecer ligações químicas, e as “rouba”. A pesquisa indica que o CO2 primeiro adere ao contorno das fendas em uma geleira, por exemplo. Em seguida, as moléculas do gás migram pelo gelo, atravessando a estrutura glacial de ponta a ponta, favorecendo a criação de rachaduras.
Os problemas devido a esse fato são significativos já que a cobertura de gelo nos polos, incluindo as geleiras, tem como função refletir cerca de 80% dos raios solares que entram na atmosfera, mantendo a temperatura do planeta em nível adequado, de acordo com as avaliações dos pesquisadores.
“Se as geleiras e as calotas polares continuarem a rachar e a quebrar em pedaços, a área exposta à atmosfera vai aumentar e o derretimento do gelo vai crescer e se acelerar, diminuindo a área coberta por gelo no planeta”, disse no estudo o professor do MIT Markus Buehler, um dos autores da pesquisa.
Fonte: G1