Cientistas conseguem teletransportar fóton que criará comunicações mais seguras
É improvável que você consiga ser teletransportado para qualquer lugar nessa vida, ao menos que você seja um fóton. E isso também significa comunicações mais seguras em um futuro previsível.
Um grupo de físicos anunciou nesta semana que eles conseguiram transportar com sucesso um fóton, que é uma partícula de luz sobre a extensão de pouco mais de 5,6 km de comprimento em linha reta em um cabo de fibra óptica. Os esforços são fundados pela DARPA, agência de defesa dos Estados Unidos, e que agora conquista o recorde para teletransporte quântico em distância.
“Uma rede como essa irá permitir comunicação segura sem ter de se preocupar sobre vigilância e permitir computadores quânticos distantes se conectarem”, explicou Wolfgang Tittel, professor do Departamento de Física e Astronomia na Universidade de Calgary, no Canadá, onde a pesquisa foi conduzida.
A demonstração do teletransporte foi conduzida na cidade de Calgary, usando uma infraestrutura de cabo de fibra ótica. Tittel diz que ele está otimista de que estamos apenas a dez anos de usar teletransporte quântico para comunicações online. E isso será uma coisa muito boa para pessoas interessadas em manter suas mensagens seguras.
“O que nós precisamos para comunicações seguras em qualquer canal é a criptografia”, disse Tittel em entrevista a Computerworld EUA.
“A forma como isso é feita é baseada em algoritmos matemáticos. Nós acreditamos que para um computador levaria milhares de anos para descriptografar isso, mas um computador quântico poderia fazer o mesmo e muito mais rápido – coisa de segundos ao invés de milhares de anos”.
Isso significa que quando computadores quânticos de fato chegarem ao mercado, o que Tittel prevê que aconteça em 10 a 20 anos, nossas transmissões criptografadas podem não estar tão seguras. E é aqui que o teletransporte quântico entra. Com essa tecnologia, computadores poderiam imprimir informação ou uma chave de criptografia em um fóton, quase da mesma forma como imprimimos letras em um papel, e então a teletransportaria para o destinatário.
A peça de segurança: se alguém tentar espionar o fóton enquanto ele estiver sendo transmitido, a informação que ele carrega automaticamente muda – tanto para bisbilhoteiro quanto para o destinatário.
“É uma lei fundamental quântica que não temos no mundo tradicional da física – a teoria da não-cópia “, disse Tittel. “No mundo quântico, a cópia perfeita não é possível. Isso significa que se você recebe fótons de mim e se você vir que as chaves de código foram alteradas, você pode concluir que alguém tentou roubar informações. Se você vir que a chave não foi alterada, então ninguém terá adulterado a transmissão”.
Essa tecnologia já existe atualmente em uma versão limitada. A empresa com sede na Suíça, Genebra, a ID Quantique, oferece tecnologia de criptografia quântica. E uma experiência semelhante sobre a criptografia quântica foi recentemente realizada na China.
Hoje, porém, a tecnologia é restrita em termos da distância que a informação protegida pode ser enviada – apenas cerca de 99 km.
“Poderíamos mandar chaves secretas dentro do alcance de uma cidade, mas não muito mais”, explicou Tittel. “Não em todo o Canadá, por exemplo, e não entre as grandes cidades.”
Mas, no futuro, nenhuma distância seria muito longe para o teletransporte quântico, acrescentou o pesquisador. O experimento de Tittel foi baseado na teoria da propriedade de emaranhamento da mecânica quântica, que é um ramo altamente complexo e misterioso da física.
Com o emaranhamento, dois objetos, mesmo se eles não estiverem fisicamente conectados ou mesmo perto um do outro, eles se comunicam e interagem entre si.
“Estar-se emaranhado significa que os dois fótons que formam um par entrelaçado têm propriedades que estão ligadas, independentemente de quão longe os dois estão separados” disse Tittel.
“Quando um dos fótons foi enviado através da Câmara Municipal, ele permaneceu preso com o fóton que permaneceu na Universidade de Calgary”.
Tittel explicou que uma outra tecnologia precisa ainda ser avançada para criar uma verdadeira rede quântica. No caso, trata-se da memória quântica para a luz, que é muito parecida com um disco rígido para estados quânticos.
Por enquanto, elas só existem em laboratórios. “Nosso objetivo ou próximos passos seriam melhorar a memória quântica, teletransporte quântico e, em seguida, construir uma rede quântica em Calgary e depois, Edmonton e em seguida, através de Alberta”, disse Tittel.
“Nós teremos esta forma de comunicação antes que os computadores quânticos estejam disponíveis e que possam facilmente quebrar a encriptação.”
E bem, e sobre teletransportar seres humanos, em vez de apenas fótons? Estamos perto da imagem que temos em nossas cabeças da série e filme Star Trek? A resposta curta, de acordo com Tittel, é não
Fonte: IDGNOW!