Brasil tem o desafio de melhorar a eficiência energética
Brasil – Além do desafio de aumentar a oferta de energia, o Brasil deve trabalhar para melhorar sua eficiência energética. Segundo dados do Banco Mundial, nos últimos 30 anos, o país teve um decréscimo de 6% no indicador que relaciona a eficiência energética ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A China, por exemplo, teve um aumento de 339% no indicador no mesmo período e os Estados Unidos, de 86%.
A comparação foi feita pelo professor Flávio Vasconcelos, diretor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas (Ebape/FGV), um dos palestrantes do painel. “O Brasil, pelos dados, está um pouco menos eficiente no uso da energia em relação a outros países. Então, nosso desafio não é só aumentar a produção da energia, mas também ganhar mais eficiência no seu uso”, avaliou.
Vasconcelos ressaltou também que, com o bom desempenho da economia do país, as empresas brasileiras cresceram e passaram a ocupar mais destaque entre as grandes companhias do mundo. Para exemplificar, ele lembrou que em 2005 – há menos de dez anos, portanto – apenas três companhias nacionais estavam no ranking das 500 maiores empresas globais da revista Forbes. Já na lista do ano passado, oito empresas brasileiras figuravam na mesma lista.
Segundo o professor, esse aumento segue uma tendência de ganho de competitividade das empresas de países emergentes. Nesse mesmo período, acrescentou, a China desbancou o Japão no segundo lugar do ranking de países com mais empresas entre as 500 maiores do mundo.
“Há um fenômeno em curso: as empresas com sede nos países emergentes estão ganhando mais competitividade do que as grandes companhias de economias mais tradicionais, mesmo quando atuam em países desenvolvidos”, analisou.
Vasconcelos usou o exemplo de duas tradicionais fabricantes de carros britânicas (Land Rover e Jaguar), que há alguns anos estavam em processo de decadência, perdendo competitividade. “Estas empresas foram vendidas a um grupo indiano e voltaram a ser extremamente competitivas”, afirmou.
As grandes companhias, segundo o professor, são importantes para o crescimento da economia dos países, porque trazem novas tecnologias que ajudam a estruturar a indústria através de sua rede de fornecedores e de sua capacidade de dinamizar a economia. “São essas empresas que dão o tom da indústria nacional”, disse ele, lembrando que as empresas de petróleo normalmente figuram entre as grandes e têm essa importância para a indústria de seus países, assim como ocorre com a Petrobras no Brasil.
O Brasil, pelos dados, está um pouco menos eficiente no uso da energia em relação a outros países. Então, nosso desafio não é só aumentar a produção da energia, mas também ganhar mais eficiência no seu uso.
Fonte: Procel Info