Boeing usará peças de titânio impressas para baixar custos de aviões
Ao usar tecnologia, gigante do setor pode poupar US$ 3 milhões em cada Boeing 787. Além de reduzir custos com matérias-primas, processo economizaria no consumo de energia.
A impressão 3D promete revolucionar a manufatura em diversas indústrias, incluindo o setor aeroespacial.
Entre as companhias que têm despontado na adoção da tecnologia está a norte-americana Boeing. Segundo informações da Reuters, a fabricante de jatos usará peças de titânio impressas na construção do seu icônico 787 Dreamliner.
A companhia já adotava a impressão 3D para a fabricação de algumas peças, mas agora tratam-se dos primeiros componentes estruturais a serem aprovados pela Federação Nacional de Aviação dos Estados Unidos.
A Reuters reporta que a Boeing anunciou na segunda-feira (10) um contrato com a norueguesa Norsk Titanium AS para imprimir as primeiras partes estruturais em titânio para seus aviões.
Tal mudança ajudaria a Boeing a poupar até US$ 3 milhões em cada jato construído. Construir aviões é uma tarefa custosa, claro. Pense em toda engenharia necessária para colocar esses gigantes no céu, sem falar nos custos com materiais sofisticados.
O titânio, por exemplo, tem sido empregado na construção de peças estruturais em Boeings tendo em vista suas propriedades físicas que ao mesmo tempo oferecem um material forte e leve, o que ajuda a tornar aviões mais eficientes.
Entretanto, o titânio custa muito mais que o alumínio, que é comumente usado em jatos comerciais. Para ser construído, cada 787 Dreamliner custa cerca de US$ 265 milhões, sendo que as peças de titânio representam US$ 17 milhões deste total.
Mas a impressão 3D poderia ajudar a companhia centenária a otimizar seu modelo de produção. A Norsk Titanium desenvolveu sua própria tecnologia para criar peças de titânio, usando uma técnica chamada Rapid Plasma Deposition (RPD).
Nela, cada fio de titânio é derretido em uma nuvem de gás argônio para criar cada peça. Este processo reduz os custos com matérias-primas e o consumo de energia em comparação com a usinagem tradicional, segundo a Norsk, tornando cada jato mais barato de construir.
A General Electric Co. já imprime bicos metálicos para motores de aviões. Entretanto, a Norsk e a Boeing afirmam que as peças de titânio são os primeiros componentes estruturais impressos projetados para suportar o estresse de uma fuselagem.
Inicialmente, a Norsk vai imprimir as peças encomendadas na Noruega, mas pretende ter nove impressoras funcionais até ao final do ano em uma instalação de 6.220 metros quadrados em Plattsburgh, Nova York.
Fonte: Defesanet