Belo Monte: Eletrobras se dispõe a pagar até R$ 130/MWh pela energia do ACL
Operação seria realizada com o objetivo de finalizar o PPA da usina e, assim, fechar a operação de financiamento. Negociações ainda estão em andamento
A Eletrobras está disposta a pagar até 130/MWh pelos 20% da energia de Belo Monte destinada ao mercado livre. De acordo com Armando Casado, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Eletrobras, a empresa já havia garantido a compra dessa energia até esse valor. No entanto, segundo Casado, a negociação ainda não está fechada, o que faz com que essa fatia da energia da hidrelétrica possa ser vendida para outro player do mercado, desde que este pretenda pagar um preço superior ao oferecido pela estatal.
O diretor disse ainda que, caso a Eletrobras fique com essa energia, ela será colocada no mercado em 2015 ou 2016, época que em está prevista a motorização da usina. “Essa mesma estratégia foi utilizada pela Cemig em Santo Antônio, por isso não vejo problemas para a Eletrobras comprar essa energia”, afirmou o executivo durante audioconferência para divulgação dos resultados do segundo trimestre da companhia. Segundo Casado, essa operação é realizada a fim de finalizar o PPA da hidrelétrica e, assim, fechar a operação de financiamento.
Quanto a entrada de novas empresas na Sociedade de Propósito Específico de Belo Monte, Casado afirmou que a questão está sendo estudada pela diretoria do consórcio Norte Energia, mas que deverá ser definida em breve. “Eu acho que isso brevemente estará bem definido porque a gente tem que assinar o contrato de concessão. A previsão é que o contrato seja assinado na semana que vem”, contou o executivo à Agência CanalEnergia. O consórcio pode contar com até 11 construtoras no negócio, com a possível entrada de Andrade Gutierrez, Odebrecht e Camargo Corrêa.
Ele disse que o consórcio precisa ter assinado o contrato de concessão, o contrato de obras civis, de montagem e de fornecimento de equipamentos para dar entrada no financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. “Acredito que até meados de setembro devemos estar com tudo fechado, para poder tomar todas as providências”, disse.
Leilões de fontes alternativas – O diretor da Eletrobras disse que a companhia tem como estratégia participar de todos os leilões de expansão, por isso, a holding e suas subsidiárias estarão presentes nos leilões de reserva e A-3, que acontecerão nos próximos dias 25 e 26 de agosto. “Vamos participar ativamente por meio das nossas empresas e da própria Eletrobras”, completou.
Segundo ele, a companhia não venceu nenhum dos lotes do último leilão A-5, realizado no dia 30 de julho, porque o preço estabelecido no certame não remuneraria os acionistas. “Fizemos uma avaliação e tanto Colíder quanto Ferreira Gomes não cobriam o nosso custo de capital próprio, não remunerariam os acionistas”, explicou Casado.
