Avião solar completa viagem de 24 horas; objetivo era provar voo noturno
Próximo modelo deverá ser capaz de realizar voos internacionais, afirmam criadores do projeto
Um avião experimental alimentado por painéis solares completou o primeiro voo-teste de 24 horas nesta quinta-feira, 8, provando que o aparelho é capaz de coletar energia suficiente durante o dia para se manter no ar à noite.
O teste faz o projeto suíço avançar mais um passo rumo à meta de circular o globo apenas com a energia do Sol.
O piloto Andre Borschberg desceu com o Solar Impulse na pista de Payerne, 50 km ao sudoeste de Berna, na Suíça, exatamente às 9h desta manhã, pela hora local.
Assistentes ajudaram a estabilizar o veículo no solo, garantindo que as asas, com envergadura de 63 metros, não raspassem na pista e fizessem o avião capotar.
“Conseguimos mais do que queríamos. Tudo mundo está muito feliz”, disse Borschberg a jornalistas.
Testes anteriores incluíram um pequeno trajeto e um voo de percurso mais longo, mas o feito desta semana foi descrito como “um marco importante” pela equipe, e acontece depois de sete anos de planejamento.
A equipe afirma ter demonstrado que o avião de um só lugar pode, em teoria, se manter no ar indefinidamente, recarregando suas baterias com o uso de 12.000 células solares e nada mais.
Os criadores do avião agora começam a trabalhar em um segundo aparelho solar, que será mais eficiente e terá um cockpit maior, para permitir voos ainda mais longos. Esse avião deverá ser capaz de realizar voos internacionais a partir de 2013, disse Borschberg.
O voo ao redor do mundo, quando ocorrer, será feito com cinco escalas.
Borschberg havia decolado de Payerne pouco antes das 7h da manhã de quarta-feira, permitindo que o avião absorvesse energia solar ao voar sobre as montanhas Jura dos Alpes Suíços.
O avião, com fuselagem delgada e a envergadura de um Boeing 777, conseguiu subir a uma altitude de 8.500 metros e atingiu velocidades acima de 120 km/h.
Borschberg, de 57 anos, é um ex-piloto militar suíço. Por vai das dúvidas, estava de paraquedas. “A noite foi longa, então ver os primeiros raios do Sol de manhã foi uma dádiva”, disse ele, após o pouso. O piloto afirmou ter feito exercício de yoga no cockpit para estimular a circulação e usou exercícios respiratórios e um spray de água para se manter acordado enquanto o avião voava em piloto automático.
Fonte: Estadão