Atlas da Eletronuclear apontará locais para nucleares
Alana Gandra, da Agência Brasil – Até o final de março, a Eletronuclear vai apresentar ao governo federal o Atlas Nuclear de Localização de Centrais Nucleares no Brasil. A informação foi dada à Agência Brasil pelo assistente da presidência da Eletrobras Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, após falar no Congresso de Geração de Energia, encerrado nesta quarta-feira, dia 2 de fevereiro, no Rio de Janeiro.
Ele antecipou que a quantidade de locais passíveis de receber uma planta de geração termonuclear vai superar em muito os 40 sítios previstos inicialmente. “O Brasil é enorme e uma usina nuclear ocupa um espaço mínimo. Então, você tem uma quantidade muito grande de localizações possíveis”. Os locais selecionados terão capacidade de abrigar até seis usinas.
Ele destacou que a revisão do Plano Nacional de Energia 2030, elaborado em 2008, poderá alterar a prioridade de construção da quarta usina nuclear na Região Nordeste, tendo em vista as mudanças do cenário energético brasileiro. “A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) está atualizando esse estudo e fazendo o plano de energia 2035. Aí, essa definição fica mais clara”. A previsão inicial era construir duas usinas no Nordeste e duas no Sudeste, com capacidade instalada de mil MW cada usina.
Para Guimarães, o cenário atual é “extremamente positivo” para o setor nuclear brasileiro. “Nós estamos com [a Usina] Angra 3 deslanchando, estamos encerrando um trabalho de prospecção de potenciais locais para instalar usinas nucleares no Brasil todo e estamos aguardando uma decisão, um sinal positivo, do planejamento energético de que região receberá a quarta usina nuclear”.
Hoje, a geração nuclear tem participação entre 2,5% e 3% na matriz energética nacional. Isso representa quase metade da complementação térmica necessária ao atendimento da sazonalidade do sistema hídrico brasileiro. A outra metade está dividida entre usinas movidas a gás natural, derivados de petróleo e biomassa.
Ainda este mês, a Eletronuclear espera lançar o edital da licitação da montagem eletromecânica da Usina Angra 3. O financiamento nacional já está definido. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou em dezembro do ano passado crédito no valor de R$ 6,1 bilhões para o empreendimento, equivalente a 58,6% do investimento total.
Guimarães disse que o financiamento internacional está prestes a ser fechado também. O vencedor da licitação feita pela Eletrobras para obtenção de empréstimo externo para a obra, no valor de 1,5 bilhão de euros, foi ganho por um consórcio de bancos franceses liderado pelo Société Génerale. A proposta foi entregue no dia 18 do mês passado e será enviada ao Ministério da Fazenda e ao Congresso Nacional. “A Eletrobras ainda está negociando as condições”, informou.
Fonte:Ambiente Energia