Amputado recebe primeira perna biônica controlada pelo pensamento
Depois de perder a perna num acidente de moto há quatro anos, Zac Vawter, de 32 anos, foi submetido a uma cirurgia experimental para receber a primeira perna biônica do mundo controlada pelo pensamento. Desenvolvido no Rehabilitation Institute of Chicago (RIC), o membro biônico descodifica os sinais neurológicos diretamente na coxa do paciente, o que lhe permite ter um controle intuitivo sobre o seu movimento.
Vawter explicou que a perna biônica “é uma grande melhoria, em comparação com a perna protética regular”. E acrescentou: “Pela primeira vez desde a minha lesão, a perna biônica permite-me subir e descer perfeitamente escadas e até reposicionar a prótese ao pensar no movimento que quero realizar”.
Esta é uma sequência que muitos de nós tomamos por garantida – desejamos interagir com o meio ambiente de uma determinada forma, pensamos numa ação e os nossos membros cumprem-na. O procedimento desenvolvido pelo RIC e pela Northwestern University para simular esses comportamentos naturais com uma prótese é, por isso, notável.
Pouco depois do seu acidente em 2009, Vawter foi submetido a uma cirurgia destinada a redirecionar os nervos do músculo danificado, na parte de baixo da perna amputada, aos músculos saudáveis acima do joelho.
Um programa de computador especialmente concebido para este fim analisa os sinais e dados provenientes dos sensores na perna robotizada – esta, instantaneamente, descodifica o tipo de movimento que o paciente está tentando realizar e, de seguida, envia os comandos para a perna. “Usando sinais musculares, em vez de sensores robóticos, isto torna o sistema mais seguro e intuitivo”, explica o RIC.
Embora seja um processo complexo, o resultado final permite ao pacientes ter um movimento suave e uniforme e uma perna protética que “aprende e realiza atividades inéditas para qualquer perna amputada”, afirma o principal pesquisador do projeto, Levi Hargrove.
Esta perna não é o primeiro membro biônico do mundo, mas é o primeiro a ser controlado apenas pelo pensamento, não envolvendo quaisquer botões ou gatilhos. Além disso, é também mais segura do que outras pernas robóticas – a sua taxa de erro, incluindo o risco de quedas, é de apenas 1,8%, enquanto a da prótese robótica padrão é de 12,9%.
Fonte: Engenhariae