Urna eletrônica usa tecnologia desenvolvida por técnicos do próprio TSE
Sistema eletrônico de votação e urna passam periodicamente por Testes Públicos de Segurança que asseguram a melhoria contínua dos programas utilizados. Como é possível que todos os votos sejam reunidos e contados tão rapidamente, a ponto dos resultados das eleições terem sido conhecidos antes das 22h nos últimos três pleitos?
A operação por trás de uma eleição brasileira envolve 1,817 milhão de mesários e 556 mil urnas eletrônicas, espalhadas por 454,4 mil seções eleitorais. O 2º turno da disputa mobiliza os mesmos 15,4 mil servidores da Justiça Eleitoral, militares das Forças Armadas em várias cidades e ainda 2.645 juízes eleitorais espalhados por todo o território. Estes números ajudam a ter uma ideia da magnitude de uma eleição geral.
A apuração é feita individualmente por cada uma das urnas eletrônicas depois das 17h, quando acaba o horário de votação. Cabe aos mesários acionar o encerramento da urna eletrônica. Esta emite então o boletim de urna (BU), impresso em papel, e também um arquivo digital chamado Registro Digital de Voto (RDV). O RDV é armazenado num pequeno objeto chamado “memória de resultado”, que nada mais é que um pen drive.
Em localidades afastadas, como uma comunidade ribeirinha no Amazonas, é preciso às vezes que as memórias de resultado sejam levadas fisicamente do local de votação a uma outra seção eleitoral para ser transmitida por satélite ou onde exista acesso à rede da Justiça Eleitoral. Mas não é preciso levar as memórias até a sede do TRE, em Manaus, por exemplo.
“Desta forma, não é necessário transportar a urna para que o resultado produzido por ela seja totalizado, bastando apenas transportar um pen drive até um ponto de acesso à rede privativa da Justiça Eleitoral”, disse o chefe da Seção de Voto Informatizado do TSE, Rodrigo Coimbra, à BBC News Brasil.
Os resultados são transmitidos online, mas não viajam pela mesma rede mundial de computadores que você está usando para ler este texto: a Justiça Eleitoral conta com uma estrutura de comunicação própria, fornecida pelas operadoras de telefonia.
Locais de votação, cartórios eleitorais, TREs dos Estados e o TSE passam a estar conectados por uma intranet (rede privada de computadores), pela qual os resultados são transmitidos.
O único ponto de encontro entre essa intranet eleitoral e a internet que todos usamos fica no TSE, em Brasília. O tribunal controla o acesso: nos dias de votação, a internet fica praticamente inacessível no TSE.
A totalização, isto é, a soma dos votos de todas as urnas, começa nos TREs dos Estados. Servidores da Justiça eleitoral usam ferramentas computacionais para somar os votos de todas as urnas de um determinado Estado. A partir daí, já é possível ver o resultados das disputas para governador.
A votação da disputa presidencial é enviada pelos TREs ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, que totaliza dos votos e divulga o resultado. A transmissão e totalização dos votos se dão em tempo real: assim, é possível acompanhar minuto a minuto a evolução da apuração presidencial e para governador.
Um hacker pode invadir a urna eletrônica? A primeira coisa importante a saber é que a urna nunca é ligada à internet. Então, embora seja impossível afirmar categoricamente que um sistema eletrônico é 100% seguro, a chance de um hacker invadir o sistema eleitoral por algum tipo de acesso online é nula.
A urna eletrônica possui várias camadas de segurança e está em constante atualização para que fraudes sejam evitadas. Antes de ser enviada para os pontos de votação, cada urna é lacrada fisicamente –e se algum lacre for rompido, ela é descartada.
Fontes: Uol Tecnologia, BBC