Pesquisadores usam machine learning para identificação de odores
Um grupo da IBM está estudando uma maneira de identificar odores de forma mais precisa. Para isso, a proposta é utilizar inteligência artificial. O pesquisador Guillermo Cecci criou um algoritmo com a ideia de mostrar que, talvez, um robô é capaz de ser mais preciso e menos subjetivo para descrever cheiros.
O primeiro passo, como acontece em todo sistema de machine learning, é criar um bom banco de dados. Para isso, ele produziu uma classificação batizada de “roda do odor ”, listando de forma circular todos os principais cheiros descritos pelas pessoas.
O objetivo foi organizar semanticamente e correlacionar os principais conforme suas prescrições. Por exemplo, baunilha, chocolate e caramelo são adjacentes por serem facilmente confundíveis pela fragrância doce.
“Agora não precisamos traçar um certo cheiro em um grande conjunto de descritores”, explica Cecci. “Em certo sentido, é semelhante a uma roda de cores; podemos agora determinar matematicamente nuances ou aproximar alternativas a um odor desejado”, completa em entrevista para a Nature.
Além da correlação, ele também separa tais odores de acordo com a sua capacidade de identificação objetiva ou subjetiva. Quanto mais voltado ao vermelho, mais fácil de identificar pela sua essência, como cheios de alho, doce e pútrido, por exemplo. Já os voltados para o azul são os mais vagos, como os adjetivos pesado, cheiro de animal ou apimentado.
Com isso, por eliminação e exemplo, o computador seria capaz de descrever de forma mais precisa, optando geralmente pelos termos mais precisos e menos vagos, do que se trata um determinado cheiro.
mais chances de sofrer demência, segundo uma pesquisa publicada no Journal of the American Geriatrics Society.
O desafio agora, segundo Cecci, é desenvolver o mesmo mecanismo para outras línguas e vocabulários. Isso porque a percepção de odor pode mudar de forma muito drástica entre comunidades que partilham de uma mesma língua, até, que dirá entre nações com idiomas e culturas totalmente diferentes. Por exemplo, pessoas que vivem em situação precária podem ter um adjetivo muito menos incisivo para cheiro de lixo, do que pessoas que não convivem com sujeira e poluição.
O trabalho está publicado no site da revista Nature.
Fonte: CanalTech