Painel solar se desenrola no espaço… mas não enrolou
Os painéis solares utilizados em satélites e naves espaciais costumam ser volumosos e pesados, dependendo de dobradiças mecânicas e sistemas de desdobramento rígidos ou por cabo, para que se abram quando chegam ao espaço.
Um experimento realizado recentemente na Estação Espacial Internacional está abrindo caminho para um novo conceito de painel solar enrolado, para ser lançado na forma de um cilindro compacto, com significativamente menos massa e volume, gerando economia no lançamento e permitindo um aumento de potência para as naves e satélites.
Menor e mais leve do que os painéis solares tradicionais, o sistema ROSA (Roll-Out Solar Array, ou painel solar de desenrolar, em tradução livre) consiste em uma asa central feita de um material flexível, sobre a qual são fabricadas as células fotovoltaicas.
De cada lado da asa há um braço estreito que se estende no comprimento da asa para fornecer suporte. Essas longarinas são como tubos divididos feitos de um material compósito rígido, achatados e enrolados longitudinalmente para o lançamento. Como esse enrolamento é feito sob pressão, basta soltar uma trava para que as longarinas se desdobrem, abrindo todo o painel solar, sem a necessidade de um motor ou algum outro tipo de atuador.
A abertura funcionou como o esperado, e a equipe coletou dados que estão ajudando a analisar a eficiência da geração de energia e a resistência do painel solar.
“Quando o painel estiver conectado a um satélite, a nave precisará manobrar, o que cria torque e faz com que a asa vibre,” explica Jeremy Banik, líder do projeto. “Precisamos saber com precisão quando e como ela vibra para não perder o controle da nave. A única maneira de testar isso é no espaço”.
Falhou
Infelizmente nem tudo deu certo.
Uma das ideias é que o painel solar possa ser enrolado de volta, para poder ser reutilizado, ser incorporado em naves de alta manobrabilidade ou em naves reutilizáveis, que precisem pousar de volta.
Por razões que ainda estão sendo analisadas, o sistema ativo de enrolamento não funcionou, e o painel permaneceu aberto. Embora não houvesse planos para que esse protótipo fosse reutilizado – ele se queimaria na atmosfera como lixo dentro de uma nave Dragon -, seu recolhimento permitiria testar o projeto completo e ainda permitiria inspeções para verificação de seu funcionamento.
Como ficou aberto, os astronautas usaram o braço robótico para mover o painel para uma extremidade da Estação Espacial, onde ele não atrapalhava ninguém. De lá ele foi posteriormente liberado para reentrar na atmosfera. Como é muito leve e de pequena densidade, a expectativa é que ele se queime completamente, não oferecendo riscos.
Fonte: Sol Central