Em meio ao caos na saúde, China ergue um hospital em 10 dias. Como isso é possível?
No final do ano de 2019, na cidade de Wuhan, surgiu o surto do novo coronavírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada por autoridades chinesas no dia 31 de dezembro sobre o aparecimento de casos de pneumonia de origem desconhecida nesta cidade de 11 milhões de habitantes. No dia 7 de janeiro de 2020 a OMS identifica o novo coronavírus por meio das primeiras análises de sequenciamento do vírus. As autoridades informaram que no dia 11 de janeiro aconteceu a primeira morte e que no dia 13 foi notificado o primeiro caso da doença fora da China. No dia 20 de janeiro um cientista chinês confirmou que a doença é transmitida entre humanos e no dia 23 a OMS reconhece “emergência na China”. No dia 29, a epidemia supera o número de infectados registrados durante a epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS) e no dia 3 de fevereiro foi entregue o Hospital Huoshenshan, construído em 10 dias e dedicado exclusivamente para o tratamento do coronavírus.
Construção em tão pouco tempo
A China, uma das líderes mundiais na aplicação da Indústria 4.0, onde tecnologias são utilizadas para aumentar a eficiência da produção, faz uso dessa inovação para complementar o setor de construção, agilizando assim o processo em obras emergenciais.
A construção dos hospitais chineses só foi possível por conta do uso em larga escala de tecnologias nesse setor, o que permitiu a confecção rápida de placas pré-moldadas.
Além disso, outro fator determinante foi a utilização de um projeto já pronto. Na construção do hospital de 25 mil m² em Wuhan, foi utilizada uma planta do Xiaotangshan, hospital construído em 2003 em um surto de SARS.
Assim, as etapas de construção do hospital foram reduzidas, construindo com um projeto já feito e testado, utilizando placas prontas.
Histórico de utilização de placas pré-fabricadas
Baseada na origem da arquitetura moderna, a técnica é baseada na industrialização e fabricação em série, onde são utilizados blocos pré-fabricados.
Após a Segunda Guerra Mundial as placas pré-fabricadas tiveram um grande uso na reconstrução da Europa, além de ser utilizada a tempos nos Estados Unidos e Europa, principalmente na construção de hospitais militares e campanhas para organizações, escritórios e casas.
O Parthenon, o palácio de Cristal de Paxton, em Londres e a Torre Eiffel, elementos de arquitetura históricos, foram construídos com elementos pré-fabricados.
Como funciona a construção
O projeto é dividido em módulos. Eles são produzidos em uma fábrica e transportados para o local onde serão instalados. Podem ser utilizados vários materiais, que variam de acordo com a aplicação. Na obra, as placas só necessitam ser unidas por parafusos, colocando os módulos que vêm montados, com janelas e instalações hidráulicas e elétricas.
No caso chinês, com a planta do hospital pronta, foi mais fácil fabricar em alta velocidade as placas que seriam necessárias para a construção. Foram utilizados painéis metálicos injetados com espuma. Nos primeiros dias o terreno foi preparado por máquinas e as instalações começaram a ser feitas para receber os módulos e “montar” o hospital. Assim, o hospital foi erguido em tão pouco tempo.
Cenário mundial
A grande diferença e o que causa espanto é a rapidez com que os chineses concluem suas obras. Outros países detêm a tecnologia de construção com pré-fabricados,, mas às vezes, por questões de economia, correr com a obra pode significar perda de dinheiro. Além disso, na maioria dos países, o processo burocrático da construção também faz com que os prazos se estendam.
Sendo assim, a China construir tão rápido não significa que outros não sejam capazes de fazer o mesmo, porém, ela pode continuar sendo um exemplo de um bom planejamento e execução eficaz para o mundo.
Abaixo, um vídeo onde é possível ver parte da construção do hospital chinês:
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Por Kássia Carvalho.